“Minha filha era alegre e foi se apagando até ser morta pelo marido”: revela mãe de jovem vítima de relacionamento abusivo

Depois de perder a filha de uma forma tão terrível, a mãe de Marcela Loise decidiu se manifestar e contar o quanto a filha mudou seu comportamento após conhecer o marido, o fisiculturista Igor Porto Galvão.

A jovem de 31 anos teve um relacionamento de 9 anos com Galvão e deixou uma filha de apenas cinco. Ele está preso suspeito de espancar e matar Marcela.

Segundo relato de Cida Freitas, 54, ao UOL, a filha Marcela parou de sorrir e de compartilhar momentos com os amigos. A mãe também afirma que o fisiculturista teria convencido a mulher a se mudar de Brasília para Goiânia, com o objetivo de afastar Marcela da família.

Ela revela que não sabia das agressões físicas sofridas, mas que se lembra de momentos em que Galvão teria sido grosseiro e ríspido com Marcela. Apesar da família aconselhá-la, ela decidiu manter o relacionamento por causa da filha.

Cida conta que o passar dos anos, houve uma mudança no comportamento da Marcela. Além de excluir as redes sociais, ela mudou completamente de personalidade, jeito, fala.

“Era uma menina muito sorridente, alegre e foi se apagando. Isso ocorre com todas as vítimas de relacionamentos abusivos. Ela sabia o que passava, mas insistia no relacionamento por causa da família.”, disse a mãe.

A mãe conta que recebeu a ligação do genro, informando que Marcela havia sofrido uma queda e estava internada no hospital. No entanto, disse não precisava que Cida fosse até lá porque ele já estava em casa e a filha, em cirurgia.

“Meu coração ficou apertado, fiquei gelada e disse para minha outra filha e marido: ela está no hospital por causa dele. Coração de mãe não se engana.”, afirmou.

Ao saber o real estado de saúde da filha, Cida conta que ficou desesperada. No hospital, os médicos disseram que Marcela teria apenas dois destinos: morte cerebral ou ficar em estado vegetativo.

“Sei que agora ela não sofre mais, mas minha filha não merecia ir embora dessa forma. Ela era muito pequena, magrinha e ele, um homem forte e alto. Ela já está fazendo muita falta pra todos nós. É uma coisa que você não imagina nem nos piores pesadelos.”, desabafou.

Agora, a família de Marcela busca justiça. “Agradecemos aos policiais e ao juiz pela prisão do Igor. Nada vai trazer minha filha de volta, mas espero que ele tenha muito tempo para pensar no que fez. Ele destruiu uma família, tirou minha filha de casa. Deveria cuidar dela e não a matar. Ele deixou uma filha sem mãe. E, agora, sem pai também.

O que aconteceu 

Marcela faleceu na noite do dia 20, após dez dias internada em Aparecida de Goiânia. Segundo a Polícia Civil de Goiás, ela chegou ao hospital com clavícula e oito costelas quebradas, traumatismo craniano e vários ferimentos no corpo.

Câmeras de segurança mostram Galvão chegando ao hospital com Marcela desacordada e pedindo ajuda. Ele afirmou que ela havia caído em casa, mas as lesões não eram compatíveis com uma queda.

Galvão, que já possui histórico de violência doméstica, foi preso no dia 17 e permaneceu em silêncio durante o interrogatório. Sua prisão foi mantida por suspeita de feminicídio.

A defesa aguarda o posicionamento do Ministério Público após a conclusão do inquérito policial. Laudos periciais indicaram vários traumatismos na vítima. Outra mulher relatou ter sido agredida e perseguida por ele, e tanto ela quanto Marcela tatuaram o nome dele a seu pedido, demonstrando sua manipulação psicológica.

Ao presenciar violência contra mulheres ou sofrer algum tipo de agressão, denuncie ligando para 190, no Brasil.

Com informações: UOL

Imagem de Capa: Arquivo Pessoal





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