
Depois que Brinlee Luster, de 21 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de cólon em estágio 4, se iniciou um grande debate sobre o aumento dos casos de câncer em jovens. Enquanto Brinlee apresentava sintomas graves da doença, como cólicas abdominais e fadiga, sua irmã gêmea, Mariela, não teve nenhum sinal da doença.
Desta forma, as experiências de vida das irmãs inseparáveis levaram muitos a questionar por que o câncer está se tornando mais comum em indivíduos mais jovens, especialmente o câncer de cólon. O Dr. Mark Lewis, oncologista gastrointestinal, explicou sua teoria sobre os fatores que impulsionam essa tendência preocupante.
A princípio, os médicos atribuíram os sintomas de Brinlee ao estresse. Mas, após realizarem mais exames, a jovem foi diagnosticada com câncer de cólon em estágio 4. Brinlee iniciou o tratamento imediatamente, passando por 30 sessões de quimioterapia. Agora, após concluir o tratamento, ela está livre do câncer, embora sua jornada não tenha sido fácil.
Mariela não apresentava sintomas, mas decidiu fazer uma colonoscopia após saber do diagnóstico da irmã gêmea. Durante o procedimento, os médicos encontraram e removeram pólipos pré-cancerosos, no qual Mariela credita o diagnóstico de Brinlee por salvar sua vida.
Com essas evidências, o Dr. Lewis acredita que fatores como genética, estilo de vida e uso de medicamentos podem desempenhar um papel fundamental no aumento de diagnósticos que encontramos hoje nos jovens.
A relação com antibióticos e genética
Uma teoria apontada pelo Dr. Lewis é o papel dos antibióticos no aumento dos casos de câncer em jovens. Ele acredita que o uso excessivo de antibióticos, especialmente na infância, pode desregular o microbioma intestinal, aumentando o risco de câncer mais tarde na vida.
Os antibióticos alteram as bactérias intestinais, e o uso frequente pode enfraquecer as defesas do corpo contra substâncias nocivas, incluindo agentes causadores de câncer. Embora as gêmeas não tenham revelado o uso de antibióticos, a teoria do Dr. Lewis sugere que medicamentos comuns podem apresentar riscos a longo prazo.
A ligação entre antibióticos e câncer ainda está sendo estudada, mas o especialista argumenta que o uso excessivo pode tornar o corpo mais vulnerável ao câncer. Se pesquisas futuras comprovarem isso, isso poderá mudar a forma como abordamos a prevenção e o tratamento do câncer.
A genética também desempenha um papel no risco de câncer. Embora a família de Brinlee não tivesse histórico de câncer de cólon, o Dr. Lewis acredita que mutações genéticas podem aumentar a probabilidade de desenvolver a doença.
No entanto, ele enfatiza que a genética por si só não é o único fator. Escolhas de estilo de vida, como dieta e exercícios, e exposições ambientais também contribuem para o risco de câncer.
Essa combinação de genética e ambiente pode explicar por que mais jovens sem histórico familiar estão sendo diagnosticados com câncer. Mesmo pequenas alterações genéticas, quando combinadas com fatores ambientais, podem levar ao desenvolvimento precoce do câncer.
Escolhas de estilo de vida, estresse e a importância da detecção precoce
O médico destaca como as escolhas de estilo de vida impactam o aumento dos casos de câncer entre os jovens. Dietas inadequadas, ricas em alimentos processados e pobres em fibras, combinadas com a falta de atividade física, aumentam o risco.
Os jovens de hoje são mais propensos a consumir alimentos não saudáveis e a viver vidas sedentárias. A obesidade, por exemplo, é um fator de risco comprovado para o câncer de cólon. Quando combinadas com a genética, essas escolhas de estilo de vida podem estar impulsionando o aumento do número de casos de câncer entre os jovens.
O diagnóstico de Brinlee serve como um lembrete da importância da detecção precoce. O câncer de cólon costuma ser silencioso em seus estágios iniciais, o que dificulta sua detecção sem exames.
Assim, realizar exames de rotina regulares, como colonoscopias, são vitais, especialmente para pessoas com histórico familiar ou outros fatores de risco. No caso de Mariela, sua decisão de fazer o exame após o diagnóstico da irmã poder ter salvado sua vida.
O estresse é outro fator que pode influenciar o risco de câncer. Embora o estresse em si não cause câncer diretamente, ele pode enfraquecer o sistema imunológico e aumentar a inflamação, o que pode tornar o corpo mais vulnerável a doenças.
Os sintomas de Brinlee foram inicialmente atribuídos ao estresse, mas, à medida que sua condição piorava, ficou claro que o estresse não era o problema principal.
O Dr. Lewis recomenda controlar o estresse por meio de hábitos saudáveis, como exercícios, terapia e manter um estilo de vida equilibrado. Reduzir o estresse não só melhora a saúde geral, como também pode diminuir o risco de desenvolver câncer e outras doenças crônicas.
A história de Brinlee nos lembra que o câncer não afeta apenas idosos — ele pode surgir em qualquer idade. A intervenção precoce e um foco maior na prevenção podem ajudar a salvar vidas e combater o crescente problema do aumento de casos de câncer.
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