A geração smartphone não tem a mínima ideia do que é felicidade

Você que cresceu nos anos 80 e 90 lembra dessas brincadeiras? Éramos felizes sem dar prejuízo financeiro aos nossos pais. A alegria era simples e a cara tecnologia, que hoje se tornou essencial para as nossas crianças, não fazia a mínima falta.

1. Queimado ou Caçador

Duas crianças confrontavam-se entre si cada um na extremidade do pátio. Jogavam a bola de um lado para o outro tentando acertar o restante dos amigos ficava entre eles. Aquele que acertasse mais amiguinhos ganhava e duelaria com o último a ser atingido pela bola.

2. Jornada das Estrelas

Cada um escolhia um país para representar. Juntavam-se num círculo bem fechado. Antes de lançar a bola para cima, gritava “Brasil declara guerra contra…” E então, todos corriam, exceto aquele chamado para o duelo. Ao pegar a bola gritava “stop” e todos deveriam parar onde estivessem. O mais próximo entraria na mira da bola.

3. Gato mia

Era tipo brincar de se esconder mas no escuro. A criança que deveria achar os amiguinhos gritava gato mia e todos miavam como um gato. Pelo som achava-se um a um. Muito comum ataques de gargalhada com as miadas hilárias.

4. Jogo de botão

Um tradicional campo verde feito de um papelão duro que podia ficar guardado atrás da porta. Tinha goleiras moldadas de arame com rede, uma ficha para empurrar os botões e um goleiro que era uma pedra retangular. A bolinha geralmente era um botão de camisa.

5. Cinco Marias

Consistia em 5 saquinhos de tecido costurados com arroz. Espalhava-se eles, então pegava um e jogava no ar pegando outro sem deixar cair. Ao completar, passava-se para outra fase com maior grau de dificuldade. A última era passar as marias no tapa por um túnel de dedos.

6. Bolinhas de gude

Hoje até parece entediante acertar aquelas pequenas e bonitas bolitas de vidro umas nas outras. Mas fazia-se um círculo e de lá elas tinha que ser retiradas por outra bolita impulsionada pelo nosso dedão.

7. Responder caderno de questionário

Era um caderno com uma pergunta por folha. Escrevíamos nosso nome junto a um numero na primeira folha e seguíamos respondendo sempre no mesmo número. Todo mundo queria responder por último para saber de tudo. A pergunta mais importa era sempre “De quem você gosta?”

8. Bafo

Era uma brincadeira com as figurinhas do álbum campeonato brasileiro ou copa do mundo. Cada um depositava suas figurinhas e com a palma da mão estapeava o bolo usando o vácuo para desvirá-las. O jogador da vez se tornaria dono das figurinhas viradas.

9. Passar trote

Não existia celular e muito menos bina. Muito telefones ainda eram de discos. Ficávamos tardes inteiras passando trotes para conhecidos ou não. Às vezes, ligávamos para a pessoa que gostávamos sem nos identificar. Era chato para quem recebia, mas divertido para quem ligava.

10. Fliperama

Não existiam games de computador ou celular. Talvez um Atari, ou CCE, alguns mais finos tinham um Nintendo. Era a maior diversão ir com os amigos no “fliper” comprar as fichar e depositar nas máquinas para dar início aos jogos. Havia o pinball, com a esfera de aço.

11. Assinar o gesso dos amigos

Mais rueiras e menos tecnológicas as crianças caiam muito. Então, frequentemente, chegava na sala de aula um colega com o braço quebrado engessado. Formava-se uma fila para assinar o gesso e você era o centro das atenções. Mas não compensava quebrar um braço.

12. Assistir programas infantis

Com apresentador, brincadeiras e prêmios, eram moda para a geração sem celular. Com Mara Maravilha, Angélica e principalmente Xuxa, que era um fenômeno. O sonho da maioria das meninas era ser paquita da Xuxa. O palhaço Bozo com a Vovó Mafalda, assim como o Balão Mágico, também fizeram parte desse tempo.

13. Colecionar papel de cartas

Era delicados e super na moda em uma época que não existia e-mail e muito menos WhatsApp. Eles eram uma forma de comunicação e tinha temas como Ursinhos Carinhos. Foram mais popular entre as meninas.

14. Banho de chuva

Sim, dia de chuva, principalmente de verão, era dia na rua, sentindo a liberdade batendo no rosto, em vez de ficar trancado em casa em cima do celular ou do computador. Encher bexiguinhas e jogar nos outros também era muito divertido.

15. Amarelinha

Era só desenhar no chão os quadrados da amarelinha ou sapata. Então, jogávamos uma pedra ou até a chave um a um de forma crescente e não podia queimar. Pulávamos com os pés nos quadrados e o que chegasse no “céu” (topo da amarelinha) primeiro ganhava.

16. Salada de fruta

Muita gente deu o primeiro selinho nessa brincadeira. Vendava-se os olhos, e escolhíamos alguém sem saber quem era, depois uma fruta que poderia significar um abraço, um beijo no rosto, etc. Quem cobria nossos olhos muitas vezes dava um sinal quando era a pessoa que a gente gostava.

17. Reuniões dançantes

Era a festinha dos pré-adolescentes na casa de um dos amigos. As meninas levavam a comida, os meninos as bebidas, o refrigerante. As músicas eram lentas e os casais dançavam agarradinhos. Entregava-se uma vassoura para tomar o lugar de alguém na dança.

18. Coreografias com as mãos

Eram muito populares e variadas. Consistiam em músicas coreografadas com as mãos, entre palmas e mãos espalmadas. Quanto mais rápido o movimento da dupla e a interação das mãos, mais admirado era.

19. Telefone sem fio

Esse era o nosso celular. Sentávamos um do lado do outro e o primeiro cochichava uma frase que seguiria até o último. Este, então, revelava o que entendeu. O resultado era sempre muita gargalhada porque as frases mudavam de forma muito engraçada.

20. Taco bola

Mais pular entre os meninos, era parecido com o basebol americano. Arremessávamos uma bolinha de tênis com o intuito de derrubar, mais usualmente os latões de azeite da época, enquanto o adversário com um taco tinha que rebatê-la para poder pontuar.

E passávamos o dia assim, até quando o sol começava a cair. Então, as mães gritavam “entra” ou “sobe” para quem morava em apartamento. Chegávamos sujos, íamos para o banho e dormíamos ansiosos pelas brincadeiras do dia seguinte. Éramos felizes. Muito felizes sem ter de nos preocuparmos em achar uma tomada para recarregar o celular.

Por: Luciano CazzInspirando Luz

Imagem de capa: rawpixel.com no Pexels





Ator e escritor. Autor do livro "A tempestade depois do arco-íris"e do blog Inspirando Luz.