“Carta do diabo” escrita em 1676 por freira supostamente possuída finalmente é traduzida

Em 11 de agosto de 1676, uma freira de 31 anos que mora no convento de Palma di Montechiaro, na Sicília, Itália, escreveu uma carta enquanto supostamente estaria possuída.

A Irmã Maria Crocifissa della Concezione foi encontrada no chão de sua cela com o rosto coberto de tinta, segurando uma carta que era uma estranha mistura de símbolos e letras.

Relatos históricos sugerem que Irmã Maria afirmou que esta era uma mensagem do diabo, que estava tentando afastá-la de Deus e levá-la em direção ao mal.

De acordo com a Live Science, a diretora da Ludum, Daniele Abate, disse: “Ao trabalhar na descriptografia histórica, não se pode ignorar o perfil psicológico do escritor. Precisávamos saber o máximo possível sobre esta freira.”

Os historiadores dizem que Irmã Maria tinha apenas 15 anos quando decidiu dedicar a sua vida a Deus e mudou-se para o convento beneditino.

Abate continuou: “A carta parecia ter sido escrita em taquigrafia. Especulamos que a Irmã Maria criou um novo vocabulário usando alfabetos antigos que ela talvez conhecesse.”

A carta tinha 14 linhas e os arqueólogos tentaram decifrar o significado durante séculos. E finalmente começaram a fazer melhorias.

Para ter certeza sobre o que exatamente a carta falava, os pesquisadores usaram um software que escaneou símbolos taquigráficos de diferentes idiomas. Desta forma, descobriram que a carta continha palavras de alfabetos antigos como o grego, o latim, o rúnico e o árabe.

“Analisamos como as sílabas e grafismos [ou pensamentos representados como símbolos] se repetiam na carta para localizar as vogais e terminamos com um algoritmo de descriptografia refinado.”, disse Abate.

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Carta escrita por Irmã Maria Crocifissa della Concezione – supostamente pelo diabo.

“Pensamos que poderíamos simplesmente dizer algumas palavras que fizessem sentido. Mas a freira tinha um bom domínio de línguas. A mensagem foi mais completa do que o esperado.”

Além de chamar a Santíssima Trindade de “pesos mortos”, a carta também dizia: “Deus pensa que pode libertar os mortais. O sistema não funciona para ninguém. Talvez agora Styx tenha certeza.”

Na antiga mitologia grega e romana, Styx é o rio que separa o submundo do mundo dos vivos. De acordo com Abate, a carta mostra fortes indícios de que Irmã Maria sofria de doenças mentais.

“A imagem do diabo está frequentemente presente nesses distúrbios. Aprendemos pelos registros históricos que todas as noites ela gritava e lutava contra o diabo.”, afirmou.

Para a igreja da época, a carta foi considerada o resultado de sua luta contra “incontáveis ​​​​espíritos malignos”, segundo relato escrito da abadessa Maria Serafica sobre o ocorrido.

Serafica afirmou também que o demônio teria obrigado Irmã Maria – que mais tarde foi abençoada – a assinar a carta. Ela heroicamente se opôs à exigência escrevendo “Ohimé” (oh eu), que é a única palavra compreensível na carta, escreveu a abadessa.

Imagem de Capa: Canva/Daniele Abate – Live Science





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