
Depois de dar à luz seu terceiro filho, Jaxon, por cesariana, Aleshia Rogers começou a tomar o medicamento ibuprofeno duas vezes ao dia para aliviar a dor.
No entanto, poucos dias após o parto, ela precisou ser internada em estado crítico com um quadro impactante. Sua pele começou a descolar lentamente e os médicos informaram que ela tinha apenas 5% de chance de sobrevivência.
Aleshia, de 27 anos, dos EUA, começou a apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe, como febre alta, inchaço no rosto, erupção cutânea no peito e ardência ao engolir. Ela foi a dois hospitais, onde os médicos inicialmente diagnosticaram com conjuntivite ou escarlatina, recomendando que continuasse a tomar ibuprofeno.
No entanto, seus sintomas pioraram e seu rosto foi coberto por bolhas dolorosas e pele em descamação, deixando-a irreconhecível. Com o corpo coberto por feridas, os médicos descobriram que os seus sintomas eram resultado de uma reação extrema ao ibuprofeno.
Diagnóstico difícil
Após o agravamento dos sintomas, Aleshia foi finalmente diagnosticada com Síndrome de Stevens-Johnson (SJS) — uma doença rara e grave, desencadeada por medicamentos.
Pouco depois, foi confirmada Necrólise Epidérmica Tóxica (NET), uma forma ainda mais severa da síndrome, geralmente provocada por anti-inflamatórios como o ibuprofeno.
“Meus olhos começaram a inchar. Estavam vermelhos e queimando. Apareceu uma erupção no peito. Fui ao pronto-socorro e disseram que era conjuntivite. No dia seguinte, meu rosto estava completamente inchado e meus olhos fechados. Voltaram a me mandar para casa”, disse Aleshia ao The Sun.
Mas seu estado de saúde ainda piorou. Horas depois, o seu rosto e tórax cobertos de bolhas, onde cerca de 95% da pele do seu corpo se soltou. “Os médicos disseram que a pele havia morrido e se desprendido — caiu em pedaços. Isso causou sepse e falência múltipla de órgãos”, relata.
Sua condição fez com os médicos a tratassem como uma paciente grave com queimaduras. Aleshia foi levada para a UTI de queimados e colocada em coma por três semanas. Durante esse período, passou por remoção total da pele, enxertos e até transplante de membrana amniótica nos olhos. A família foi avisada de que ela tinha entre 5% e 10% de chance de sobreviver.
Surpreendendo a todos, Aleshia teve alta após um mês. No entanto, ainda vive com complicações de longo prazo causadas pela SJS.
“Eu não lembrava nem que tinha dado à luz. Perdi muitas memórias. Me disseram que minha sobrevivência foi um milagre. Vivo como se o amanhã não fosse garantido, mas não quero que as pessoas tenham medo de remédios — apenas que estejam cientes do que pode acontecer”, alerta.
O que é a Síndrome de Stevens-Johnson?
A Síndrome de Stevens-Johnson (SJS) é uma reação rara, mas grave, geralmente causada por medicamentos — como antibióticos, anticonvulsivantes ou anti-inflamatórios (como ibuprofeno).
Os sintomas iniciais são semelhantes aos da gripe: febre, dor de garganta, tosse e dores nas articulações. Depois, surgem erupções e bolhas, que se espalham por rosto, tronco, membros. Pode haver feridas nos olhos, boca e garganta.
Quando mais de 30% da pele é afetada, o quadro é chamado de Necrólise Epidérmica Tóxica (NET), que é uma condição com alto risco de morte, exigindo hospitalização imediata.
Anos depois, Aleshia ainda convive com as complicações da SSJ/NET onde ela enfrenta descoloração da pele, problemas oculares e memórias perdidas. Mas agora, seu foco é conscientizar outras pessoas sobre os riscos raros, mas reais, de medicamentos comuns.
“Eu usava ibuprofeno desde os 14 anos, principalmente para cólicas menstruais. Os médicos dizem que meu corpo simplesmente decidiu rejeitá-lo. Não há como prever. E pode acontecer de novo, a qualquer momento.”, contou.
Imagem de Capa: Arquivo Pessoal