Uma nota curta (de adeus)

Editei umas palavras na mente, só porque quero que isso seja uma nota curta. É que acho que, quando a gente vai se despedir de alguém, não pode ficar demorando demais, senão começa a virar saudade antes mesmo do adeus. Não é isso que tô pretendendo. Só quero te deixar ir embora e me deixar ir, também. Esse troço todo se divisor de vidas, entende? É isso que o adeus faz. Tô precisando disso pra viver.

Eu quis ficar, planejava ficar pra sempre, mas foi melhor assim. Ninguém sai tão machucado, remoendo tanta raiva, precisando recusar o amor da próxima vez. Tô te deixando livre e me vendo feliz. Tô tentando te entregar o que sobrou: as lembranças boas para que, sempre que quisermos desistir no meio do caminho, lembrarmos o que já tivemos. Te entrego também a minha fé: acredito que vai dar certo da próxima vez, com outra pessoa, sem esconde-esconde. Te entrego os meus textos bonitos, as minhas palavras não-ditas, as flores que ficaram em cima da bancada, aquele tchau pela metade, um futuro incrível em algum lugar do mundo. Te ofereço gratidão, carinho e gostar; a palavra amiga do adeus, sem ressentimentos.

Só peço que, em troca, saia da minha vida sem quebrar mais nada. A bagunça que você fez já foi suficiente. Peço que se permita ser feliz, sozinho, ou não. Mas que não esconda as felicidades, nem a reciprocidade, nem o sorriso da próxima vez.

Acenda a luz daqui pra frente, tá? Se cuida. A gente se vê por aí, com ou sem amor.





Relaxa, dá largas à tua imaginação, identifica-te!