Um dos segredos da vida: ficar de boca fechada

Nunca, nunca, nunca fales mal dos outros; mas, principalmente, não fales mal de ti mesmo, não fiques contando as tuas misérias, problemas e tristezas para encontrar conforto na ‘pena’ alheia. Desejar que os outros sintam piedade de nós é atrair sobre nós condições dignas dessa mesma piedade.

Muitas vezes as pessoas falam demais, estão sempre prontas a opinar, criticar, espalhar, reproduzir, acrescentar e fomentar falatórios de maneira irrefletida e desorganizada.

Não saber manter a boca fechada nos momentos certos é meio caminho andado para desperdiçarmos a nossa energia e vitalidade.

Manter a boca fechada não significa apenas não proferir palavras, mas sim estar atento a como nascem e se processam os pensamentos, a como eles podem ser canalizados e dirigidos favoravelmente.

Não raras vezes, uma ‘língua solta’ vem acompanhada de uma mente descuidada, um raciocínio raso e um temperamento descontrolado.

Uma pessoa que não domina o poder da palavra apresenta uma mente onde os pensamentos giram para todos os lados sem lei e ordem. São como uma espécie de soldado desgovernado, frágil e completamente desarmado, susceptível a qualquer influência ou ataque externo. Trata-se espiritualmente de alguém que, desguarnecido, tende a sentir-se constantemente desanimado, desmotivado, cansado, oprimido e deprimido.

Quem não controlamos o Falar, também não controlamos o Pensar e portanto não dominamos o próprio Existir.

Ter cuidado e expandir a própria existência é o melhor serviço que podemos prestar para a humanidade, e ‘calar’ é por vezes a prática mais proveitosa que podemos aplicar na nossa própria vida.

Quem desenvolve a capacidade de silenciar aproveita maravilhosas oportunidades de, no mínimo, não dizer algo sem sentido ou de que se arrependa.

Parece algo óbvio e fácil mas não o é, a dificuldade em saber a hora de sair de cena, descer do palco e permitir que o universo termine o espetáculo, é uma das razões para tanto stress e desajustes.

Quando permitimos ser governados pela ânsia de ‘responder a altura’, dar o troco, fazer-se ouvir, impor-se, gritar mais alto, fazer-se presente a todo e qualquer custo, vai-se criando ‘buracos’ que sugam a nossa energia pessoal.

Desinstala do coração o hábito de reproduzir acontecimentos desagradáveis, tragédias, desastres e catástrofes; evita mergulhar nas ondas de raiva coletiva, da fofoca comunitária, de falatórios generalizados.

Aprende a silenciar.

Silenciar é manter a mente concentrada sobre o que é verdadeiramente importante para ti, é abster-se de colocações desnecessárias e dizer apenas aquilo que condiz com o que se deseja ver manifesto no próprio universo.

Silenciar é também brigar pelos direitos, é ir para as ruas e entrar no campo de batalha se necessário for; mas é igualmente saber voltar ao estado de paz.

Silenciar é a única maneira de adquirir o poder da palavra.

Por: Caciano Camilo Compostela, Monge Rosacruz





Relaxa, dá largas à tua imaginação, identifica-te!