Todos os filmes do estúdio Pixar, do pior ao melhor

Vale ressaltar inicialmente que a Pixar é uma história de sucesso impressionante, o estúdio entregou em pouco mais de 20 anos: 13 tesouros praticamente perfeitos, 6 divertidas animações medianas e apenas 1 bomba indefensável.

Revi todos os filmes para a preparação desta lista, alguns melhoraram na revisão, outros se mostraram menos interessantes do que pareciam na memória afetiva.

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Como muitos destes títulos já receberam textos no “Devo Tudo ao Cinema”, eu optei por inserir apenas breves comentários sobre cada escolha.

20 – Carros 2 (Cars 2 – 2011)

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Uma colcha de retalhos de decisões equivocadas, sem brilho, sem carisma, sem ritmo, em suma, uma tremenda bomba!

19 – O Bom Dinossauro (The Good Dinosaur – 2015)

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Força demais a mão no drama, arrastado, manipulativo e desprovido daquele senso de encantamento que o estúdio domina. Um desperdício de uma boa ideia.

18 – Carros 3 (Cars 3 – 2017)

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Resgata timidamente a essência emocional do primeiro, após o vergonhoso segundo filme, mas não é o suficiente para perdoar os problemas de ritmo e algumas decisões bastante equivocadas.

17 – Procurando Dory (Finding Dory – 2016)

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O roteiro não justifica a existência do filme, uma das exibições mais claras de oportunismo do estúdio. Poderia ser um ótimo curta-metragem.

16 – Universidade Monstros (Monsters University – 2013)

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Boa mensagem, mas nada instigante, uma das exibições mais latentes do estúdio no “piloto automático”.

15 – Valente (Brave – 2012)

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A jovem princesa Merida foi criada pela mãe para ser a sucessora perfeita ao cargo de rainha, seguindo a etiqueta e os costumes do reino. Mas a garota dos cabelos rebeldes não tem a menor vocação para esta vida traçada, preferindo cavalgar pelas planícies selvagens da Escócia e praticar o seu esporte favorito, o tiro ao arco. Proposta boa, subvertendo o conceito da “princesa Disney”, mas a execução é problemática.

14 – Os Incríveis 2 (Incredibles 2 – 2018)

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Sem um momento verdadeiramente emocionante, ou alguma cena que se mantenha na mente após a sessão, ficamos reféns da ação frenética. O resultado é divertido, os méritos técnicos da Pixar são inegáveis, mas falta tempero na receita. O senso de unidade familiar do anterior é artificialmente manipulado para atender a demanda de “empoderamento” feminino atual no cinema. As mudanças estruturais na personalidade do pai são incoerentes com o que havia sido estabelecido, logo, prejudicando a organicidade do conjunto, considerando a opção do roteiro partir exatamente de onde o original havia terminado. E, para piorar, o desenvolvimento do vilão é pífio. Nada soa genuíno.

13 – Vida de Inseto (A Bug’s Life – 1998)

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Todo ano, os gananciosos gafanhotos exigem uma parte da colheita das formigas. Mas quando algo dá errado e a colheita é destruída, os gafanhotos ameaçam atacar e as formigas são forçadas a pedir ajuda a outros insetos para enfrentá-los numa batalha. Esperta releitura de “Os Sete Samurais”, de Kurosawa, infelizmente prejudicada na estreia por ter sido lançada na mesma época do genérico “FormiguinhaZ”, da DreamWorks.

12 – Toy Story (1995)

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Se o critério fosse a importância histórica, este filme com certeza estaria no topo da lista. O responsável por tudo, a animação que revolucionou a forma de se fazer entretenimento infantil no cinema. O encanto segue vivo, mas a Pixar refinou bastante o processo visual e narrativo nos anos seguintes.

11 – Up – Altas Aventuras (Up – 2009)

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Os primeiros dez minutos sintetizam a sensibilidade impressionante com que os diretores trabalham o relacionamento humano, uma maturidade emocional difícil de encontrar até mesmo nos dramas convencionais mais celebrados.

10 – Viva – A Vida é Uma Festa (Coco – 2017)

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O amor transcende a presença física, não faz sentido temer a morte, lutar contra o inevitável, o verdadeiro malefício envolve o ato de esquecer. As lembranças ternas são (literalmente na trama) a ponte que une o tangível possível e a eternidade que só ganha valor exatamente por ser desafiada pela finitude.

9 – Carros (Cars – 2006)

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A sensação de nostalgia, a melancolia que o filme transmite é devastadora. Apesar de aparentemente ser uma aventura simples de autodescoberta, um conto de maturidade, o roteiro entrega emoções intensamente complexas, adultas, que vão sendo captadas em revisões.

8 – Toy Story 2 (1999)

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Superior ao primeiro em todos os sentidos, o filme consegue o equilíbrio perfeito entre ação, comédia e drama, evoluindo os personagens e inserindo novos tão carismáticos quanto os já estabelecidos. Uma aula de como trabalhar uma sequência cinematográfica.

7 – Monstros S.A. (Monsters, Inc. – 2001)

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O astro do susto, Sulley, e seu falante assistente, Mike, trabalham na Monstros S.A., a maior fábrica de processamento de gritos da cidade de Monstrópolis. A principal fonte de energia do mundo dos monstros provém da coleta dos gritos das crianças humanas. É curioso como este roteiro serve de ponto de partida para diversos debates, de análises de R.H. a reflexões ambientais e teses sobre senso crítico e ciência, dogma e paradigma.

6 – Os Incríveis (The Incredibles – 2004)

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Inserindo valores familiares na fórmula do subgênero dos super-heróis, o filme consegue incitar nos adultos em algumas cenas, ao mesmo tempo, lágrimas de alegria e de saudade da infância.

5 – Toy Story 3 (2010)

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A trama se desenvolve pela ótica nostálgica da infância, mas o foco está no sentimento da solidão, do abandono, tendo o necessário resgate da inocência como fio condutor da aventura escapista dos bonecos.

4 – Procurando Nemo (Finding Nemo – 2003)

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A simplicidade brilhante com que a trama subverte a tradição das animações, colocando desta feita um pai procurando seu filho, agrega camadas que a criança irá absorver em revisões futuras.

3 – Divertida Mente (Inside Out – 2015)

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O roteiro trabalha com extrema inteligência o conceito de que a maturidade emocional só é alcançada quando a pessoa aprende a equilibrar os impulsos naturais.

2 – Wall-E (2008)

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A maturidade dos temas abordados é superior ao que encontramos em muitos dos dramas pretensiosos, sisudos, adultos. O futuro sedentário, a máquina solitária, o amor como solução, a Pixar dá mais uma aula de sensibilidade.

1 – Ratatouille (2007)

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Só pela maneira como aborda o universo da crítica profissional já mereceria aplausos, mas o impecável roteiro ainda aponta o dedo para um mundo cada vez mais fútil. O prato mais simples é o mais refinado, apenas uma das ideias geniais que o roteiro aborda com intensa criatividade. Obra-prima que satisfaz plenamente o emocional e o intelectual de adultos e crianças.

Por: Octavio Caruso