
Apesar de sua aparência um pouco feia, os Labubus estão por toda parte e, embora alguns deles possam ser um pouco desagradáveis, no fim das contas, são apenas um brinquedo.
No entanto, uma psicóloga emitiu um alerta a qualquer um que os tenha, devido à forma inesperada de seu caráter “profundamente simbólico”.
Madison Burgess, da Tyla, conversou com uma especialista sobre a tendência e o que ela realmente significa. A psicóloga clínica Tracy King disse que vê o aumento da procura pelo produto como uma “resposta ao clima emocional em que a Geração Z está crescendo”.
“Superficialmente, são divertidos e excêntricos. Mas, psicologicamente, são profundamente simbólicos: esses objetos oferecem pequenos e acessíveis momentos de conforto, controle e identidade em um mundo imprevisível”, disse ela à Tyla.
O que antes a sensação de progressão linear era trabalhar duro, progredir na vida, conquistar segurança, para a Geração Z, essa escada foi substituída por algo mais parecido com uma sala de escape.
“Espera-se que você resolva problemas sem instruções claras, alcance marcos invisíveis e, muitas vezes, perceba que as balizas estão mudando completamente.”
Embora as gerações mais velhas possam ter economizado para comprar uma casa no começo dos 20 anos, a psicóloga continuou explicando que a Geração Z está apenas “investindo no agora”.
Tracy King acrescentou: “A Geração Z foi criada em um mundo digital onde a identidade é definida, não assumida. Eles assistiram ao desenrolar de crises globais com pandemias, recessões e a emergência climática – então, os grandes objetivos de vida que guiaram as gerações anteriores muitas vezes parecem fora de alcance. Pequenas alegrias, confortos leves e compras alinhadas à identidade parecem acessíveis e significativas.”
“E em um cenário de mídia social onde a estética é uma forma de comunicação, as bugigangas se tornam parte de como as pessoas expressam emoções, personalidade e pertencimento.”, disse a especialista.
Desta forma, para muitas pessoas comprar um Labubu é uma viagem pela memória, uma sensação de nostalgia, por assim dizer. “Esses objetos macios e lúdicos evocam sentimentos de segurança, cuidado e nostalgia, coisas que podem ter faltado ou sido interrompidas na infância”, acrescentou a especialista.
“Este é o trabalho da criança interior em ação”, disse a psicóloga, que também acredita que essa tendência não vai mudar tão cedo. “Enquanto a sociedade permanecer fragmentada e exigente, as pessoas continuarão a buscar maneiras suaves, pequenas e simbólicas de se sentirem melhor”, disse a Dra King.
Assim, ter um Labubu por perto é uma resposta ao esgotamento e à desconexão. Não é uma tendência superficial. É uma resposta psicológica às demandas da vida moderna.
Imagem de Capa: Labubu