Jornalista Leda Nagle critica uso de linguagem neutra ‘todes’ e diz não adotar: “Frescura”

Em entrevista ao podcast Papagaio Falante, Leda Nagle fala que o termo neutro “todes” é uma “frescura” e disse que não vai se propor a aprender novas formas de comunicação.

O uso do “todes” é uma forma de promover a inclusão identitária de pessoas que não se identificam com o gênero masculino nem com o feminino (não-binárias), ao substituir palavras que determinam gênero, utilizando o “e” no lugar de “a” e “o”.

No entanto, a jornalista afirmou que o uso do “todos” é suficiente, pois o termo não faz distinção entre os gêneros.

“Eu não vou falar todes, vou falar todos porque todos quer dizer todos nós. Nós todos. Mas eu não vou falar, porque não vou aprender agora isso. Mas é difícil porque você não quer ofender as pessoas também. Então o todes eu acho frescura, quem quiser falar que vou, não vou proibir ninguém, quer falar, fala, mas eu não vou falar”, disse no podcast.

Nagle também revelou seu desconforto em relação a outras mudanças linguísticas, como não poder usar termos considerados racistas como “mulata” e “denegrir”. A jornalista explicou que fica “atrapalhada” com essas mudanças e disse que recentemente teve dificuldades em se referir a uma advogada negra especialista em visto americano.

“Tem um monte de coisa que eu não sei hoje em dia como se fala mais. Você não sabe como se refere. Tem o denegrir que não pode falar. Mulata. Isso me incomoda muito, porque às vezes fico meio atrapalhada com isso.”

“E eu lá naquela situação porque ela não é negra, entendeu? Eu falei: ‘como é que eu vou me referir a ela’. E eu perguntei: ‘como é que devo me referir a você?’ E ela: ‘eu sou afro-latina’. Olha que loucura! Olha como é que chega ao requinte”, desabafou.

Imagem de Capa: Reprodução





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