Já não sou a rapariga que costumava ser

Hoje tirei um tempo para me analisar e cheguei à conclusão que ultimamente já não choro perdidamente como há semanas atrás. Não sei ainda ao certo o porque, se estou imune à dor ou se finalmente aceitei a dura realidade e aprendi a viver com a ausência de pessoas que há um tempo atrás imaginava que era impossível viver sem elas. (Eh voila, estou viva!)

Nestes últimos tempos a célebre citação do Mandela “Tudo é impossível até acontecer” tem sido uma constante na minha vida. Talvez imagine as coisas impossíveis por duas razões: as coisas más, muito provavelmente por temê-las e as boas porque não sou optimista o suficiente para ponderar que me possam acontecer.

Mas para mim o mais importante neste momento é desfrutar das coisas boas que me acontecem e relativizar os problemas da vida.

Passei a dar mais importância à amizade e aprendi a analisar quem são os verdadeiros, a valorizar as pessoas e desinteressar-me pelos bens materiais, a desfrutar de um dia de sol à beira rio ou de um dia de chuva de pijama em casa. Aprendi como fácil fazer os meus animais de estimação felizes com um simples gesto, isso faz-me sentir útil. Já não tenho paciência para alimentar discussões, quero sorrir e contagiar os outros, não custa nada ser simpática, porque o sorriso que eu ofereço a mim voltará.

Parei de sentir a necessidade de tentar encontrar alguém que me queira, que me ame e que me deseje, porque o que eu precisava mesmo era de voltar a gostar de mim própria.

Hoje descobri que voltei a amar a mim mesma e já me sinto viva outra vez!

Não sei se me tornei uma pessoa mais individualista, ou se penso assim para me proteger de futuras desilusões, mas a verdade é que sou mais feliz assim. Antes imaginava que ser feliz era ter alguém que me completasse, agora fico contente só de relembrar momentos da minha vida onde fui estupidamente feliz e de já ter tido a oportunidade de amar e ser amada.

Apesar das desilusões, continuo acreditar no amor, não da mesma forma de há uns anos atrás. Antes pensava que amar era encontrar o homem certo e ser feliz para sempre. Pura ingenuidade! Hoje o amor para mim é ver aqueles que amo felizes, o simples facto de saber que estão bem faz-me sentir viva. Já não sinto a necessidade de impor a minha presença na vida de ninguém, só quero mesmo ver quem eu amo feliz. Talvez este seja o amor mais puro que alguma vez senti.

Por: Catarina Mendes





Relaxa, dá largas à tua imaginação, identifica-te!