Ex-funcionários de Hytalo Santos chocam ao revelar como eram os “bastidores” de mansão com os menores longe das câmeras

Depois que o influenciador digital Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos em São Paulo, denúncias anônimas levaram o Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB) e a Polícia Civil a desvendarem como eram os “bastidores” da vida de luxo do casal.

Ao investigar a rotina dos adolescentes que viviam com Hytalo, as autoridades descobriram o controle rígido com que os menores eram submetidos longe das câmeras, em uma mansão em João Pessoa, na Paraíba.

Desta forma, ex-funcionários revelaram outras polêmicas dos acusados de tráfico de pessoas e exploração de adolescentes, em um caso que tem chocado o país.

De acordo com pessoas que trabalharam para Hytalo, ouvidos pelo programa Fantástico, da TV Globo, os adolescentes que viviam na mansão do influenciador em João Pessoa eram submetidos a regras extremamente rígidas. O controle incluía desde os horários de alimentação até a possibilidade de usar o celular ou sair de casa.

Um dos relatos descreve como a realidade mostrada nas redes sociais era, muitas vezes, encenada: “Inclusive já teve filmagens que ele fez pra postar na rede social, que as crianças estavam indo pra escola e, após desligar as câmeras, elas não iam pra escola. Ou, se acontecesse de eles irem para a escola e surgir alguma agenda ou algo que precisasse de um deles, eles iriam lá simplesmente para pegar a criança”.

Além disso, os jovens viviam em ambientes considerados insalubres e, segundo testemunhos, só podiam se alimentar quando havia autorização direta de Hytalo.

Festas, bebida liberada e coreografias sensuais

As denúncias também revelam que festas eram frequentes na casa, com álcool sendo consumido livremente por menores. “Eu presenciei muita festa, bebida, e a bebida era vontade pra todo mundo. Todos bebiam, sem restrição”, contou outro ex-funcionário.

Ainda segundo investigações, a mansão funcionava como uma espécie de reality show improvisado. Os adolescentes gravavam vídeos diariamente, muitas vezes em coreografias de cunho sensual, que eram publicados nas redes sociais de Hytalo. Esse conteúdo era monetizado por meio de publicidade, rifas e sorteios, garantindo altos lucros ao influenciador.

Um dos pontos mais graves revelados pelo inquérito é que uma adolescente ficou grávida enquanto vivia na casa e acabou perdendo o bebê. Além disso, a frequência escolar dos jovens era prejudicada: muitos chegavam a passar até 50 dias sem ir às aulas para acompanhar gravações e viagens.

Pais recebiam mesada para permitir permanência dos filhos

As investigações ainda apontam que familiares recebiam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês como uma espécie de mesada para deixar os filhos sob a tutela do influenciador. Apesar disso, os conselheiros tutelares afirmam que nunca receberam denúncias formais das famílias.

Prisão e defesa

Após denúncias do youtuber Felca, que gerou grande repercussão nacional, as plataformas TikTok, Instagram e YouTube bloquearam a monetização das contas de Hytalo. No momento da prisão, cada um dos acusados foi encontrado com quatro celulares, o que levantou suspeitas de tentativa de fuga.

A defesa, no entanto, afirma que o casal estava em São Paulo apenas a passeio e nega todas as acusações. Os advogados ainda afirmam que a prisão é “um exagero”.

Enquanto insistem na inocência, o Ministério Público da Paraíba reforça que existem provas robustas de exploração de menores e que os adolescentes eram aliciados em diferentes cidades, levados para João Pessoa e submetidos a trabalho forçado. Após a prisão do casal, os jovens foram devolvidos às famílias.

 

Imagem de Capa: Reprodução





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