
Muitas pessoas acreditam que os grandes vilões da cozinha são sempre os mesmos: doces, frituras, glúten, colesterol.
Mas existe um ingrediente discreto, usado todos os dias, presente em praticamente todos os alimentos industrializados — e que já foi apontado como “o mais perigoso da cozinha moderna” em uma fala polêmica do educador britânico Sir Ken Robinson.
Ken Robinson — um conselheiro internacional famoso por TED Talks sobre criatividade e educação — certa vez chamou atenção para algo que, embora não seja um “alimento proibido”, levanta debates entre especialistas no mundo inteiro: os óleos vegetais ultraprocessados.
A fala de Ken Robinson que incendiou debates
Em uma de suas palestras, ele afirmou: “O alimento mais perigoso que você tem na sua cozinha não é o bacon, nem o sorvete, nem o glúten. É algo que você usa quase todos os dias e que acaba se acumulando no fígado, no cérebro e no sistema nervoso.”
“Ele está cheio de hexano, um solvente também encontrado na gasolina. Essa substância é rançosa, oxidada e age como ferrugem dentro de seu corpo. Pode levara té dois anos para ser totalmente eliminada. Quanto mais você cozinha com ela, mais tóxica ela se torna. Muitas pessoas usam esse alimento diariamente sem sequer pensar nisso.”, disse.
Segundo Robinson, os verdadeiros vilões seriam os:
• óleo de soja
• óleo de milho
• óleo de canola
• óleo de girassol
• óleo de semente de algodão
Ele argumentou que esses óleos, por serem altamente refinados, passariam por processos que poderiam comprometer sua qualidade nutricional. Essa declaração viralizou, porque muitos desconhecem como tais óleos são produzidos.
“Ele é produzido por produtos que atacam seus tecidos, pioram a inflamação, e com o tempo, podem levar a cicatrizes e fibrose internas. Esta ligada à fadiga crônica, à névoa cerebral, a problemas de sono, e a inquietação interior. Por que esse alimento se esconde à vista de todos.”, disse ele.
“Ele desregula seus hormônios, drena sua energia e o mantém em um estado constante de estresse. Esses óleos altamente processados são encontrados em quase tudo hoje em dia, desde barras de proteína até molhos para salada.”
“Muitos são extraídos usando hexano, um solvente químico que seu corpo não consegue processar. Esses óleos se acumulam em seus tecidos, causando uma inflamação silenciosa e desequilibrando todo o seu sistema.”, acrescentou.
Veja o trecho da palestra, compartilhado amplamente nas redes sociais, a seguir:
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Mas… a ciência realmente indica isso?
A fala de Robinson ecoou nas redes sociais, especialmente entre defensores da alimentação natural, mas especialistas em nutrição e ciência dos alimentos apresentam uma visão mais equilibrada:
• Óleos vegetais refinados são realmente ultraprocessados.
• O refino pode gerar oxidação e perda de nutrientes.
• Quando aquecidos demais, podem formar compostos indesejados.
• Muitos produtos industrializados usam esses óleos em excesso.
O que é controverso
• Não há consenso científico de que resíduos de solventes como hexano permaneçam em níveis perigosos após o refino.
• Também não existe evidência robusta de que esses óleos “acumulam-se” no cérebro ou criem “ferrugem interna” no corpo — expressões metafóricas usadas para ilustrar o processo de oxidação, não para descrever algo literal.
• Pesquisas de diferentes instituições apontam que, consumidos dentro de uma dieta equilibrada, esses óleos podem fazer parte de um padrão alimentar saudável.
Ou seja: o alerta de Robinson pode ser uma crítica ao excesso, não uma conclusão científica consolidada.
No entanto, existe um ponto que permanece válido — e que muitos especialistas concordam. Vivemos em uma era em que óleos vegetais refinados estão presentes em quase tudo que seja ultraprocessado.
O problema, portanto, não é um único alimento isolado, mas sim o uso amplo, repetitivo e invisível.
Sir Ken Robinson faleceu em 2020, aos 70 anos, mas sua fala permanece porque nos faz refletir: Será que sabemos mesmo o que estamos consumindo todos os dias?
Seu alerta — ainda que metafórico e não científico — toca em um ponto crucial:
a necessidade de olhar mais criticamente para os ingredientes escondidos na nossa rotina alimentar.
Imagem de Capa: Reprodução/Canva

