Entregador agredido no Rio conta que pedala 12 horas por dia para sustentar família

Uma mulher agrediu o entregador Max Angelo dos Santos enquanto trabalhava no último domingo (9) no Rio de Janeiro. Dessa forma, o caso ganhou repercussão nacional e chamou a atenção para sobre a rotina dos entregadores e principalmente sobre o racismo.

Max é pai de três filhos e trabalha como entregador há um ano e meio, ele pedala diariamente por São Conrado e lugares próximos. Desse modo, podendo chegar a trabalhar 16 ou 18 horas por dia para pagar as contas.

O vídeo da agressão mostra a ex-atleta de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá agredindo Max, puxando sua camisa, dando socos e chicoteando suas costas com a guia do cachorro.

Ela teria começado as agressões porque não gostou de ver os entregadores na calçada. Além disso, o agrediu verbalmente, dizendo os entregadores voltarem para favela e os xingou de “lixo”.

“Eu fui muito humilhado. Quis me afastar e não quis revidar, mas se eu boto a mão nela, hoje eu estaria em [um presídio de] Bangu, porque ela iria alegar que eu a agredi. Não quero que aconteça com outra pessoa, quero justiça”, desabafou a vítima.

Max, que foi muito humilhado pelas agressões, decidiu publicar as imagens para que a agressora fosse responsabilizada pelos seus atos. Ele não quer nenhum acordo judicial, mas espera que Sandra pague integralmente pelos crimes sob investigação.

“Sabemos que o racismo não vai acabar, existem muitos racistas, mas se as pessoas denunciarem o que acontece, pelo menos pode diminuir”, disse.

O entregador segue trabalhando no mesmo ponto de antes, perto da casa da agressora, e não teme represálias. Ele recebeu apoio dos aplicativos em que está cadastrado, com suporte psicológico e o que mais precisar.

Imagem de Capa: Reprodução





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