Não se culpe por isso. Não há nada a ser feito quando o passado precisa ficar no lugar dele. Tudo na vida tem um prazo de validade, exceto que a reciprocidade seja mútua e vocês cultivem juntos os bons frutos que plantaram. Não podemos cobrar atitude do outro, cada um oferece o que pode e o que possui dentro de si. Alguns tem muito, tantos outros são vazios e ocos. Quando há consideração e preocupação, em qualquer tipo de relação, a verdade se faz presente. Tudo flui de forma natural, sem cobranças. Acontece quando menos esperamos, situações são positivas, gestos são pensados e calculados, demonstrações são apenas pequenos detalhes diante de muitas outras provas de lealdade ou durabilidade.
Nem tudo precisa ter um final. Mas sobre aquilo que não serve mais, que faz mal, deverá ser descartado. Alimentar-se de frustrações ou decepções não é saudável para a saúde do coração. Precisamos aprender a dosar o ponto exato da tolerância, trabalhando sempre a paciência. Errar é humano, mas perdoar é uma virtude de poucos. Reconhecer é para os fortes, fracos não tem vez na fila de boas recompensas. Apanhamos, praticamente, todos os dias. Depositamos fichas em apostas fracassadas. Tropeçamos, caímos e levantamos. Por vezes, nos sentimos incapazes diante da dificuldade. Ficamos cegos e impossibilitados de encontrar soluções para os problemas. Não desista, ninguém está sozinho nesse mundo. A solidão só serve para mostrar o quanto nos bastamos. É revigorante ficar tanto tempo a sós com a nossa própria consciência. Faça esse teste.
“É preciso abrir mão do que ontem valeu a pena, nada mais será igual.”
É preciso dizer adeus. Sem medo ou receios. Despedir-se do que já está vencido. É preciso desvincular-se de amores e amigos que não te fazem bem, que te prejudicaram de alguma forma. É preciso abrir mão do que ontem valeu a pena, nada mais será igual. É preciso desapegar da matéria, focar na alma do negócio. É preciso arrancar o orgulho que mora no seu peito, e atacar em novos projetos. É preciso rever seus sonhos, estabilizar o seu emocional. É preciso chorar até a última lágrima escorrer, deixando aflorar um sincero sorriso. É preciso deixar chover durante a noite, ao amanhecer o sol voltará a brilhar. É preciso deixar para depois o que não tem urgência, desacelerar a ansiedade. É preciso controlar os nervos, quando um imprevisto atrapalhar os seus planos. É preciso abaixar a voz, saber que o silêncio também é resposta. É preciso acreditar, procurar e encontrar a luz no final do túnel. É preciso escutar, dar atenção e perceber os sinais. É preciso valorizar os mínimos detalhes, agradecer pelo ar que você respira. É preciso fazer o bem, não importa há quem. É preciso estender as mãos para os necessitados, oferecer o melhor que habita em você. É preciso aceitar, que nem tudo que chega, permanecerá.
Não tenha medo de perder coisas e pessoas. Desfaça laços, ainda que eles sejam únicos. Compreenda que se algo foi embora, o melhor está por vir. Precisamos, também, dizer adeus aos pensamentos negativos. Ao rancor e a mágoa. Aprender a lidar com o fim é desesperador. Você vai sentir vontade de gritar, espernear e desejar que tudo volte a ser como era antes. Vai querer girar o relógio ao contrário, se torturar com as lembranças, fechar os olhos de saudade. Por uma fase, se tornará masoquista sentimental. Dizer adeus, talvez seja o mais difícil que você possa fazer. Mas acredite, manter, ainda que em paralelo, coisas e pessoas que precisam partir é enganar-se. Nenhum machucado vai cicatrizar, se você ficar cutucando a ferida.
“Antes de dizer adeus, certifique-se de que não vai mais querer voltar.”
Tente não falhar, seja cauteloso com quem se importa com você. Um pedido de desculpas nem sempre será suficiente ou aceito. Antes de dizer adeus, certifique-se de que não vai mais querer voltar. E, caso faça mesmo essa escolha, tenha em mente que a felicidade só depende de você.
Deixe que partam em paz. Ou quem ficará partido será você.
Por: Jéssica Pellegrini