Consumir este “alimento popular entre brasileiros” mais de 2 vezes por semana aumenta risco de AVC, infarto e diabetes

Prático, barato e rápido, o macarrão instantâneo — conhecido popularmente como miojo — tornou-se um dos alimentos mais consumidos no mundo moderno, pois em poucos minutos, ele parece resolver a fome e a falta de tempo.

No entanto, evidências científicas mostram que esse “fast-food de panela”, quando consumido com frequência, pode representar um risco significativo para a saúde cardiovascular e metabólica.

Estudos científicos já associaram o consumo regular de macarrão instantâneo — duas ou mais vezes por semana — a um aumento expressivo no risco de síndrome cardiometabólica.

Essa condição engloba um conjunto de alterações perigosas, como hipertensão arterial, resistência à insulina, dislipidemias (alterações no colesterol e triglicerídeos), obesidade abdominal e maior probabilidade de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Uma pesquisa publicada na revista Nutrition Research and Practice, conduzida por pesquisadores sul-coreanos, observou que adultos que consumiam macarrão instantâneo com frequência apresentavam maior incidência de fatores de risco cardiometabólicos, especialmente entre mulheres.

Os autores alertam que o padrão alimentar associado a esse tipo de produto ultraprocessado pode desencadear inflamação crônica e desequilíbrios metabólicos ao longo do tempo.

Mas por que um alimento aparentemente simples pode causar tantos danos?

O primeiro grande problema é o excesso de sódio. Uma única porção de macarrão instantâneo pode conter quantidades de sal que ultrapassam a recomendação diária da Organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo elevado de sódio está diretamente relacionado ao aumento da pressão arterial, sobrecarga dos rins e maior risco de AVC.

Outro ponto crítico é o perfil de gorduras. Muitas versões do produto passam por pré-fritura industrial, o que eleva o teor de gorduras saturadas e, em alguns casos, gorduras trans. Essas gorduras estão associadas ao aumento do colesterol LDL (o “colesterol ruim”), à redução do HDL e ao maior risco de doenças cardiovasculares.

Além disso, o macarrão instantâneo é composto majoritariamente por carboidratos refinados, com alto índice glicêmico. Isso significa que ele provoca picos rápidos de glicose no sangue, estimulando liberações excessivas de insulina. Com o tempo, esse mecanismo favorece a resistência à insulina, um passo importante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Do ponto de vista nutricional, trata-se de um alimento pobre em fibras, vitaminas e minerais essenciais. Em outras palavras, oferece muitas calorias e quase nenhum nutriente de qualidade — o que os especialistas chamam de “calorias vazias”. Esse padrão alimentar contribui para ganho de peso, aumento da circunferência abdominal e inflamação sistêmica.

O resultado desse conjunto de fatores é preocupante: maior risco de infarto, AVC, diabetes, hipertensão, doenças renais e disfunções metabólicas. Um hábito que parece inofensivo — como consumir miojo duas vezes por semana — pode, ao longo dos anos, cobrar um preço alto da saúde.

A recomendação dos especialistas é clara: reduzir drasticamente o consumo de macarrão instantâneo e substituir esse alimento por refeições mais equilibradas. Priorize ingredientes naturais, legumes, verduras, fontes de fibras, proteínas magras e preparações com baixo teor de sódio.

Pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença na prevenção de doenças crônicas e na promoção da saúde a longo prazo.

Imagem de Capa: Canva





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