Cientistas descobrem um “interruptor” para o acúmulo de colesterol — e isso pode salvar milhões de vidas

Em uma recente investigação, cientistas descobriram que uma “sorrateira” enzima presente em nossos corpos pode estar nos deixando mais doentes do que imaginamos. E aqui está a incrível surpresa: desativar essa enzima pode nos ajudar a nos proteger de algumas das atuais doenças mais mortais — doenças cardíacas, diabetes, câncer e até demência.

Os pesquisadores afirmam que aprender a “desligar” esta enzima – chamada IDO1 – pode redefinir a forma como nosso sistema imunológico lida com o colesterol, possivelmente salvando milhões de vidas.

O problema com o colesterol nem sempre é o que você pensa

Todos nós já ouvimos pelo menos uma vez na vida para ter cuidado com o colesterol alto. Mas o que nem sempre é explicado é que o colesterol em si não é o vilão — nosso corpo, na verdade, precisa dele para construir células e produzir hormônios.

O verdadeiro perigo começa quando o colesterol não é regulado, especialmente quando se acumula em lugares onde não deveria — como nas paredes das artérias.

E é aí que entra o seu sistema imunológico, particularmente um grupo de células chamadas macrófagos. A função deles é patrulhar o corpo, devorando coisas ruins como bactérias, células mortas e, sim, o excesso de colesterol. Eles são como os zeladores microscópicos do seu corpo.

No entanto, quando o seu corpo está sob estresse crônico ou lutando contra uma inflamação prolongada, essas células trabalhadoras perdem a energia. Elas ficam sobrecarregadas e lentas, incapazes de cumprir suas funções de limpeza do colesterol. É aí que o colesterol começa a se acumular, causando obstruções perigosas nas artérias.

O papel da enzima IDO1: sequestrar sua equipe de limpeza de colesterol
Em um estudo liderado pelo Dr. Subhrangsu S. Mandal e sua equipe na Universidade do Texas em Arlington, eles descobriram que a enzima IDO1 (abreviação de indoleamina 2,3-dioxigenase 1) entra em ação durante a inflamação e sabota sutilmente os macrófagos.

A IDO1 desencadeia uma reação em cadeia que produz uma molécula chamada quinurenina, que altera a forma como os macrófagos lidam com o colesterol. É como se a IDO1 desse aos zeladores uma nova ordem de serviço confusa para ignorar o colesterol, e naturalmente, eles começam a se acumular.

Desta forma, os pesquisadores descobriram que ao bloquear a IDO1, os macrófagos voltaram imediatamente à sua função — eliminando o colesterol. Essa pequena mudança restaurou o equilíbrio do sistema imunológico e abriu uma nova frente potencial na batalha contra doenças crônicas.

O que isso pode significar para você (e milhões de outras pessoas)

Segundo o Dr. Mandal, “Isso pode mudar a forma como tratamos doenças relacionadas à inflamação e ao colesterol”, explica ele. “Em vez de focar apenas na redução do colesterol com medicamentos como estatinas, agora podemos ter a opção de prevenir esse acúmulo, atuando na inflamação que o causa.”

Essa abordagem representaria um grande avanço na forma como lidamos com doenças que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Com isso, tratamentos que não apenas mantenham o colesterol sob controle, mas também reduzam a inflamação, diminuam o risco de ataques cardíacos e, possivelmente, retardem o desenvolvimento de outras doenças crônicas, como Alzheimer e até mesmo certos tipos de câncer.

Como o IDO1 está presente em muitas partes do corpo, incluindo o cérebro, ele também pode ajudar os pesquisadores a desvendar pistas sobre condições como demência ou depressão, ambas associadas à inflamação e à disfunção imunológica.

Mas esta descoberta é apenas o começo. Os pesquisadores agora estão explorando como a IDO1 interage com outros sistemas corporais e se existem outras enzimas ou moléculas que desempenham papéis de apoio neste sistema colesterol-inflamação.

Imagem de Capa: Canva





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