
Atualmente, a inteligência artificial faz parte do dia a dia de milhões de pessoas no mundo todo. Desde 2022, o ChatGPT passou a ser usado para escrever redações, responder dúvidas, montar currículos e até ajudar na escolha de presentes.
No entanto, você sabia que cada conversa que você tem com a IA pode ter um custo ambiental?
Cada vez que você inicia uma conversa com o ChatGPT, uma cadeia de processos é ativada em data centers espalhados pelo mundo. O que poucos sabem é que essa operação consome grandes volumes de água potável e energia elétrica — recursos cada vez mais escassos.
Consumo de água potável
De acordo com recentes relatórios, para manter os servidores de IA resfriados, data centers usam sistemas de refrigeração com água potável. Dessa maneira, evitando o superaquecimento das máquinas, que operam sob extrema carga de processamento.
Estima-se que a cada 10 a 50 interações com o ChatGPT podem desperdiçar até 500 ml de água limpa — o equivalente a uma garrafinha. Parece pouco? Agora multiplique isso por bilhões de interações diárias no mundo todo.
E o consumo de energia?
Segundo a Forbes, o ChatGPT pode consumir mais de 500 mil quilowatts de energia por dia. Para efeitos de comparação, isso seria suficiente para abastecer cerca de 180 mil residências nos Estados Unidos.
Isso tudo para responder perguntas que, muitas vezes, poderiam ser resolvidas com uma pesquisa simples no Google ou uma conversa com um professor.
A ironia? Enquanto buscamos eficiência na IA, estamos comprometendo recursos que poderiam melhorar a vida de pessoas reais.
O que acontece nos data centers?
Os data centers são verdadeiras fábricas de processamento. As máquinas que operam a IA geram tanto calor que, se não forem resfriadas constantemente, podem falhar — ou até mesmo atingir temperaturas que colocariam seres humanos em risco de queimaduras graves.
Por isso, essas instalações utilizam torres de evaporação de água, semelhantes a um sistema gigante de suor. O problema? Toda essa água é descartada após o uso, e precisa ser de qualidade potável, já que impurezas podem danificar os servidores.
A IA pode ser amiga do futuro, mas hoje ainda é inimiga do meio ambiente
Com o avanço acelerado da inteligência artificial, o uso de recursos naturais também tende a aumentar.
Especialistas alertam que dois terços da população mundial poderão sofrer com escassez de água até 2050. E enquanto isso, estamos gastando água potável para manter robôs funcionando.
Além disso, a pegada de carbono da IA é significativa — especialmente se considerarmos o uso global em crescimento exponencial.
Tecnologia é poder, mas também é responsabilidade
A inteligência artificial tem o potencial de transformar positivamente o mundo — mas isso só será verdade se aprendermos a usá-la com consciência. Cada conversa com o ChatGPT tem um preço invisível, pago em litros de água, megawatts de energia e emissões de carbono.
Por isso, da próxima vez que você for digitar “Oi, ChatGPT”, pense: será que essa pergunta vale mesmo o custo ambiental?
Imagem de Capa: Canva