
Pesquisas sobre comportamento animal sempre buscaram compreender o que realmente se passa na mente dos cães.
Agora, a ciência trouxe uma descoberta emocionante: para muitos cães, receber carinho e elogios do tutor ativa mais o cérebro do que comida ou interações com outros animais.
De acordo com uma pesquisa, publicada na revista Social Cognitive and Affective Neuroscience, o cérebro dos cães reage diferente aos tipos de recompensa. Dessa forma, revelando que, para vários deles, o afeto humano é a recompensa mais poderosa de todas.
O estudo que mudou o entendimento sobre o vínculo entre humanos e cães
A pesquisa, conduzida pelo neurocientista Gregory Berns, tinha como objetivo descobrir se a ligação emocional com os tutores é apenas comportamental ou se existe, de fato, uma base neurológica que demonstre esse afeto.
Para isso, os cães foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional enquanto recebiam três formas de estímulo:
- Elogios do tutor
- Petiscos
- Interações com outros cães
O resultado surpreendeu até mesmo os pesquisadores: quatro dos quinze cães analisados mostraram uma ativação cerebral significativamente maior ao ouvir elogios do que ao receber comida.
Portanto, para esses animais, a recompensa social não só é importante como pode superar recompensas alimentares.
Como o experimento funcionou na prática
Antes das imagens cerebrais serem registradas, Berns treinou os cães para associar objetos específicos a diferentes recompensas. Por exemplo:
- Um item indicava que o cão receberia um petisco
- Outro sinalizava que viria um elogio verbal
- Um terceiro representava a interação com outro animal
Durante a ressonância, os cães precisavam identificar esses objetos e esperar a recompensa correspondente. Foi aí que os pesquisadores perceberam algo crucial:
Os cães que apresentaram maior atividade cerebral ao ouvir elogios também foram os mesmos que, no mundo real, escolheram seus tutores ao invés da comida.
A consistência entre o comportamento observado e os padrões neurológicos tornou o estudo ainda mais robusto.
A ciência confirma aquilo que muitos tutores já sabiam
Essa pesquisa reforça descobertas anteriores do mesmo laboratório. Em estudos passados, a equipe já havia identificado que o cérebro dos cães reage mais intensamente ao cheiro do próprio tutor do que ao cheiro de desconhecidos e até mesmo mais do que ao cheiro de outros cães.
Ou seja, a conexão entre humanos e cães não é apenas de conveniência. Ela está profundamente enraizada no funcionamento do cérebro canino.
O que isso significa para tutores e treinadores
Os resultados têm implicações importantes para o treinamento e para o bem-estar dos animais.
Eles mostram que:
- Elogios, carinho e atenção são tão eficazes quanto petiscos
- Recompensas sociais fortalecem o vínculo e melhoram o comportamento
- O afeto humano funciona como reforço positivo de forma natural e saudável
- O cão não procura o tutor apenas por comida, mas por vínculo emocional
Em outras palavras, cães não apenas convivem conosco, eles realmente nos escolhem.
O amor canino tem base científica
A ciência agora confirma o que muitos tutores sempre sentiram: cães se apegam profundamente aos humanos, valorizam nossa presença e buscam nossa aprovação de forma genuína.
Em vez de serem motivados apenas pela sobrevivência ou pelo instinto, muitos cães têm no tutor a fonte de segurança, conforto e felicidade.
E, com as imagens cerebrais como prova, fica claro que esse laço é muito mais emocional do que biológico.
Imagem de Capa: Canva

