Pesquisadores brasileiros criam método rápido e eficaz para identificar se uma bebida está contaminada por Metanol

Entre setembro e outubro de 2025, o Ministério da Saúde do Brasil notificou mais de 40 casos suspeitos de envenenamento por Metanol em vários estados, com pelo menos seis mortes confirmadas em São Paulo e outras ocorrendo em Pernambuco e Minas Gerais.

A tragédia, associada a bebidas falsificadas — muitas delas vendidas lacradas e com marcas conhecidas —, levou o governo a criar uma Sala de Situação Nacional para monitorar e conter o surto.

Foi nesse contexto alarmante que pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) anunciaram uma inovadora tecnologia capaz de detectar metanol em bebidas destiladas sem precisar abrir a garrafa. A descoberta chega em um momento crucial, oferecendo uma solução rápida, acessível e precisa para evitar novas tragédias.

O método utiliza luz infravermelha para agitar as moléculas da bebida e gerar um espectro químico único. Um software de análise inteligente interpreta esse padrão e compara com a composição original da bebida, identificando em poucos minutos qualquer substância adulterante, como metanol ou até água adicionada de forma fraudulenta.

Nos testes com cachaças, o sistema demonstrou precisão de até 97%, confirmando seu potencial para aplicação em outros destilados, como vodca, uísque e rum. O estudo foi publicado em dois artigos científicos na revista Food Chemistry (2025), consolidando o reconhecimento internacional da pesquisa brasileira.

Além de não utilizar reagentes químicos, o método reduz custos e agiliza o processo de análise, podendo ser empregado por órgãos fiscalizadores e laboratórios de controle de qualidade. Em meio à atual onda de falsificações, essa tecnologia representa uma ferramenta estratégica para combater o crime e proteger a saúde pública.

Os pesquisadores da UEPB também trabalham em uma versão voltada ao consumidor: um canudo inteligente que muda de cor ao entrar em contato com o metanol, permitindo uma verificação simples e imediata antes do consumo. A ideia é democratizar o acesso à segurança, especialmente em regiões onde o controle de qualidade das bebidas é mais precário.

Com o aumento das notificações e o medo crescente entre os consumidores — que já afetou bares, restaurantes e eventos em todo o país —, a inovação da UEPB surge como um marco na prevenção de tragédias relacionadas ao consumo de álcool adulterado.

Imagem de Capa: Canva





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