
Recentemente, nas redes sociais, um professor com quase 30 anos de experiência na educação fez um desabafo que chamou a atenção.
O professor afirma que os alunos do 9º ano de 2025 são os mais difíceis que já enfrentou em sala de aula. Para ele, a combinação de desrespeito e distração nunca esteve tão intensa.
Rapidamente, seu desabafo viralizou e diversos educadores confirmam a mesma percepção. Desse modo, muitos apontam que o uso excessivo de smartphones e a explosão dos vídeos curtos podem estar diretamente ligados à dificuldade de concentração dos jovens.
O desabafo que viralizou
Em seu relato, o professor contou que já teve boas e más turmas ao longo da carreira, mas nenhuma comparável à atual. Ele destacou que, apesar de alguns alunos comprometidos, a maioria demonstra uma incapacidade preocupante de se manter focada e respeitosa.
De acordo com ele, a paciência está chegando ao limite:
“Nunca senti um nível de frustração tão alto. Este pode ser o ano em que eu desisto.”
Outros professores confirmam a tendência
Nos comentários, colegas de profissão, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, relataram a mesma dificuldade. Uma professora de Jardim de Infância afirmou que até crianças de 5 anos apresentam comportamentos desafiadores e dificuldade de atenção, algo que antes não era comum nessa idade.
“Não temos chance de competir com uma tela que oferece estímulos infinitos. Como manter a atenção de um aluno quando a alternativa é um feed cheio de recompensas instantâneas?”, comentou uma educadora.
O impacto do mundo digital na concentração
Segundo estudos, o tempo médio de atenção dos jovens caiu drasticamente nos últimos anos. No início dos anos 2000, uma pessoa conseguia se manter focada em uma tarefa por cerca de 2 minutos e meio. Em 2021, esse tempo já havia caído para apenas 47 segundos.
O grande responsável por essa queda seria o chamado “task switching”, ou seja, a troca constante de atenção que as redes sociais estimulam. Cada notificação, vídeo curto ou rolagem de tela gera uma pequena descarga de dopamina.
Dessa maneira, tornando o cérebro menos capaz de se concentrar por longos períodos.
Consequências para o futuro da educação
De acordo com especialistas, essa mudança, além de afetar o aprendizado, pode aprofundar as desigualdades sociais.
Famílias que conseguem limitar o uso de telas e incentivar hábitos como leitura e atividades culturais tendem a formar jovens mais preparados, enquanto outras podem ficar cada vez mais dependentes da tecnologia para entreter as crianças.
“A diferença de estímulos e oportunidades entre crianças de diferentes classes sociais pode se tornar tão grande que ainda não conseguimos imaginar as consequências”, comentou uma internauta.
Fique atento ao uso da tecnologia
O desafio para professores e pais é encontrar um equilíbrio entre a tecnologia, que pode ser uma aliada no ensino, e a necessidade de desenvolver foco e disciplina nos jovens.
Contudo, se nada mudar, a tendência é que as salas de aula se tornem cada vez mais caóticas e o aprendizado, mais superficial.
I am so done. 29 years in the classroom, and this year’s 9th graders are the worst I have ever had.
byu/mcub66 inconfession
Imagem de Capa: Canva