
Em uma participação tocante no programa #SemCensura, da TV Brasil, Déa Lúcia, mãe do saudoso humorista Paulo Gustavo e da produtora Ju Amaral, compartilhou com o público como reagiu ao descobrir a sexualidade dos filhos.
O relato sincero e bem-humorado de Déa reforça a importância do acolhimento familiar, da escuta amorosa e da ausência de preconceitos dentro de casa — especialmente quando o assunto é diversidade sexual.
Logo no início da conversa, Déa lembra com naturalidade: “Eu nunca tive questão com a sexualidade dos meus filhos. Cheguei na sala e falei: ‘Paulo Gustavo, você é afeminado?’”.
Ela explicou que, na época, não se usava o termo “gay” com a mesma frequência de hoje: “A gente falava afeminado”, e que a resposta do filho foi direta e cheia de confiança: “Sou!”, disse Paulo Gustavo.
Déa, então, apenas respondeu: “Tá”, e voltou para a cozinha. Pouco depois, ele a seguiu e perguntou: “Tem algum problema?”, ao que ela respondeu com firmeza: “Pra mim não. Eu só tenho medo do mundo. Mas estou fechada com você, meu filho.”
Esse trecho comovente demonstra a força acolhedora de uma mãe que compreende e protege seus filhos sem julgamento. Mais adiante, com seu típico bom humor, Déa completou: “Vem cá, mas sua irmã é sapatão.”
A reação de Déa Lúcia evidencia um dos pilares fundamentais para o bem-estar de pessoas em qualquer que seja sua orientação sexual: o apoio incondicional da família. Em sua fala, ela ainda reforça um valor que sempre defendeu: “Só não podia ser vagabundo, mau caráter.”
Uma lição de amor e respeito
O posicionamento de Déa Lúcia é um exemplo poderoso de como a aceitação começa dentro de casa. Em um país onde muitos jovens ainda sofrem rejeição por sua orientação sexual, histórias como essa são essenciais para promover reflexão, empatia e mudança de comportamento.
Mais do que a mãe de um dos maiores comediantes do Brasil, Déa se tornou um símbolo de resistência materna, uma figura que representa tantas outras mulheres que, como ela, escolheram o amor e a proteção como resposta à diversidade de seus filhos.
Além disso, remete diretamente à personagem Dona Hermínia, icônica criação de Paulo Gustavo em “Minha Mãe É uma Peça”, inspirada na própria mãe. O humor, carregado de referências à parentalidade afetiva, ganhou ainda mais significado com a narrativa real de uma mãe que soube amar incondicionalmente.
Imagem de Capa: Reprodução/Ju Amaral