
De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto YouGov, 1 em cada 12 pais (8%) admite se arrepender de ter tido filhos.
Embora a grande maioria (83%) afirme nunca ter sentido isso, os números revelam que o arrependimento em relação à parentalidade existe e, em alguns casos, pode ser duradouro. Outros 6% dos entrevistados disseram já ter se arrependido no passado, mas não sentem mais dessa forma atualmente.
Quem mais se arrepende?
O estudo aponta que não há diferença significativa entre homens e mulheres no que diz respeito ao arrependimento de ter filhos. No entanto, a idade faz diferença:
Pais entre 25 e 34 anos são os mais propensos a sentir arrependimento
Cerca de 1 em cada 5 afirma já ter se sentido assim — 13% ainda carregam esse sentimento, enquanto 9% disseram já ter sentido no passado.
Pais com mais de 55 anos demonstram menor arrependimento
Apenas 6% afirmam que ter filhos não foi a melhor decisão e 4% já pensaram dessa forma anteriormente.
Entre os que ainda se arrependem, 5% dizem que é em pequena medida, 2% em grau moderado e 1% de forma intensa.
Mais filhos ou menos filhos?
Curiosamente, embora parte dos pais revele arrependimento, a pesquisa também mostrou outro dado relevante: 3 em cada 10 gostariam de ter tido mais filhos.
- Apenas 4% disseram que, se pudessem voltar atrás, não teriam filhos.
- Outros 4% prefeririam ter tido menos filhos.
- A maioria (54%) manteria o mesmo número de filhos.
Esse desejo de ter mais filhos aparece principalmente entre os pais mais jovens (25 a 49 anos), com 32% expressando essa vontade. Já entre os mais velhos (65+), apenas 25% afirmaram o mesmo.
Também existe uma diferença entre os gêneros: 32% das mães gostariam de ter tido mais filhos, contra 24% dos pais.
O peso das expectativas sociais
A pesquisa revela que, embora ser pai seja uma fonte de alegria para a maioria, o tema do arrependimento ainda é um tabu.
Muitos descrevem esse arrependimento não como falta de amor pelas crianças, mas como o impacto da exaustão, da pressão financeira, das mudanças no estilo de vida e das expectativas sociais que cercam a criação dos filhos.
Apesar de ser um assunto delicado, pesquisas como essa mostram que nem todos vivem a parentalidade da mesma forma. Para alguns, ter filhos é a maior felicidade da vida; para outros, uma escolha que gera reflexões e até arrependimentos.
O dado mais importante, no entanto, é que esses sentimentos não são isolados — e conversar sobre eles pode ajudar a reduzir a culpa e abrir espaço para discussões mais honestas sobre o que significa ser pai ou mãe nos dias de hoje.
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