Reflexão

Esquecer uma pessoa demora, mas afastar-se dela pode ser agora

Podemos escolher nos afastarmos de alguém, mesmo que não consigamos esquecê-lo, porque a necessidade de sobreviver sempre deverá prevalecer sobre o apego emocional.

Quase todo mundo passa por aquele momento em que o rompimento amoroso é inevitável, porém, extremamente doloroso. Nem sempre deixamos de amar a pessoa de quem nos separamos, mas a distância acaba sendo a única forma de sobrevivermos e de retomarmos a nossa dignidade, a nossa vida.

E dói, dói fundo esse rompimento, por mais que seja necessário e inevitável.

Apesar de podermos escolher, diariamente, dentre as opções que se nos descortinam, existem muitas coisas que independem de nossas escolhas. Há inúmeras situações que nos acometem, sem que possamos escolher algo ali dentro daquilo tudo, como no caso de nos apaixonarmos ou de esquecermos.

A paixão vem quando menos esperamos, sei lá de onde ou por quê. Também não controlamos o esquecimento, ou seja, esquecer alguém pode ser até um desejo nosso, mas que não se realiza no tempo que quisermos.

As lições que a vida nos dá, muitas vezes, obrigam o nosso rompimento com pessoas, com sentimentos, com ideias que julgávamos imutáveis, inalteráveis. Teremos, assim, que mudar, que partir para outra, que recomeçar, de uma forma totalmente nova, num horizonte que fugirá aos caminhos que havíamos traçado.

E isso não significa que será tranquilo nos desapegarmos daquilo a que, não raro, inutilmente nos agarramos.

Da mesma forma, a gente também muda, passa a pensar de maneiras diferentes e, nessa dinâmica, acaba por priorizar novas dimensões de uma jornada em que não mais caberão muito do que a gente tinha como parte integrante e inseparável de uma vida que nem boa era de fato. Aliás, os sonhos que construímos há tempos podem nem ser interessantes agora, uma vez que, muito provavelmente, já não somos mais aquela pessoa de ontem.

O que importa, no fim das contas, é sobrevivermos e conseguirmos prosseguir com menos peso e com um respirar mais sereno.

“(…) muitas coisas e muitas pessoas deverão somente se tornar lembranças (…)”

Para tanto, renúncias serão inevitáveis, pois muitas coisas e muitas pessoas deverão somente se tornar lembranças de uma fase de nossas vidas em que não mais nos encontramos.

Podemos escolher nos afastarmos de alguém, mesmo que não consigamos esquecê-lo, porque a necessidade de sobreviver sempre deverá prevalecer sobre o apego emocional.

Por: Prof. Marcel Camargo

Prof. Marcel Camargo

Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.

Recent Posts

Este suspense psicológico da Netflix que está mexendo com a cabeça de todo mundo

Semana passada, a Netflix adicionou em seu catálogo “Exterritorial” e rapidamente a produção se tornou…

2 dias ago

Essa técnica simples que promete aliviar a ansiedade em segundos viraliza nas redes

Você já se sentiu ansioso e procurou uma solução rápida para se acalmar? Viralizou nas…

2 dias ago

Psicólogo revela a ‘frase mais tóxica’ que pode destruir um relacionamento definitivamente

Em um relacionamento, é normal que aconteçam brigas ou desentendimentos. No entanto, o psicólogo americano…

2 dias ago

Usuários da Netflix ‘não param de chorar’ depois de assistir essa série médica esquecida: “A MELHOR”

Se você busca uma nova série para maratonar e que te prende do início ao…

2 dias ago

‘Profecia milenar’ prevê que Papa recém-eleito será o último, com um aviso terrível para a humanidade

O Papa Leão XIV — anteriormente conhecido como Cardeal Robert Prevost — foi confirmado como…

2 dias ago

Por que o primeiro Papa americano da história escolheu o nome ‘Leão XIV’

Após a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica precisava eleger um novo líder e,…

2 dias ago