Após contrair uma infecção por COVID-19, muitos pessoas se viram perdidas. Sua atenção se dispersava, sua memória falhava. Sentiam-se lentos, com certa dificuldade para pensar com clareza e tinham dificuldades com tarefas básicas.
Isso indica ‘névoa cerebral’, um sintoma que afeta de 20% a 65 % das pessoas que tiveram COVID longa, mas, embora exista essa associação, ele foi, na verdade, usado pela primeira vez em comunidades com doenças crônicas.
Desta forma, a névoa cerebral surge como consequência de condições crônicas, incluindo fibromialgia, encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crônica e lúpus. Muitas pessoas também relatam névoa cerebral após quimioterapia ou uso de medicamentos, como analgésicos. E está associada a problemas de saúde mental, como depressão e esquizofrenia.
Em todas essas diferentes condições, os sintomas são semelhantes: dificuldade de concentração, esquecimento, confusão e lentidão ou nebulosidade cognitiva, diz Jacqueline Becker, neuropsicóloga da Escola de Medicina Icahn Mount Sinai.
“Pode realmente tomar conta da vida das pessoas”, diz Becker.
A maioria dos cientistas a considera um conjunto de sintomas de uma condição subjacente, e não um diagnóstico. “A névoa cerebral se tornou um termo genérico para todos os sintomas neurológicos mais amplos de certas condições, como a COVID longa”, diz Becker.
Pacientes com névoa cerebral frequentemente relatam problemas de atenção e memória, mas os médicos nem sempre conseguem encontrar déficits nessas áreas. Às vezes, pacientes com névoa cerebral passam por uma série de exames, apenas para que descubram que está “tudo normal”.
A névoa cerebral também pode ser descartada como sendo de natureza puramente psicológica. Isso é particularmente verdadeiro para pessoas com doenças crônicas ou COVID prolongada, que muitas vezes sentem que seus médicos não as levam a sério, diz Becker.
Desta forma, recentemente, cientistas começaram a entender a ligação entre inflamação e confusão mental, abrindo caminhos para diagnóstico e tratamento. “Uma das maiores hipóteses sobre o que está por trás da névoa cerebral em todas essas diferentes condições é a neuroinflamação”, diz Becker.
Cada vez mais evidências mostram que uma infecção por COVID, por exemplo, pode causar a ativação a longo prazo das células imunológicas do cérebro e prejudicar o crescimento neuronal em pacientes com névoa cerebral.
Alguns pacientes também começam a produzir autoanticorpos, que sinalizam ao sistema imunológico para atacar tecidos saudáveis, incluindo células cerebrais, gerando uma inflamação que leva a déficits cognitivos.
Além disso, estudos mostram que alterações nos níveis hormonais também podem causar mudanças profundas no cérebro. Em pacientes na menopausa, por exemplo, acredita-se que a queda nos níveis de estrogênio cause redução no tamanho de algumas áreas do cérebro, talvez contribuindo para a névoa cognitiva.
Enquanto isso, alguns cientistas também especulam que a disfunção do microbioma intestinal pode levar à névoa cerebral em alguns casos, revelando que encontrar névoa cerebral em mais da metade dos participantes com doenças gastrointestinais, como a síndrome inflamatória intestinal.
Embora possa não haver uma causa única para a névoa cerebral, existem algumas medidas que as pessoas podem tomar para combatê-la, afirmam os especialistas.
Se você estiver com névoa cerebral, Becker sugere primeiro considerar fatores de estilo de vida, como exercícios, alimentação saudável e sono adequado. No entanto, pessoas que apresentam névoa cerebral intensa ou que dura mais do que algumas semanas devem consultar um médico, acrescenta ela.
Imagem de Capa: Canva
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