No mundo todo, o número de cães de estimação está crescendo rapidamente. Contudo, em alguns países, eles já superam o número de crianças.
Dessa maneira, gerando debates sobre se os animais estão, de fato, substituindo os bebês. No entanto, a realidade por trás desse fenômeno é mais complexa do que parece.
De acordo com pesquisas, a queda na taxa de natalidade não é causada diretamente pelo aumento na posse de cães, mas sim por transformações profundas na estrutura social.
Com redes de apoio cada vez mais fragmentadas e o aumento da individualização, muitas pessoas buscam nos cães uma companhia emocional que, em outros tempos, poderia vir da família extensa ou da comunidade.
Portanto, os especialistas apontam que, historicamente, os seres humanos praticavam a criação cooperativa, onde o cuidado infantil era compartilhado entre parentes e amigos. Contudo, esse modelo foi substituído por famílias nucleares menores e, em alguns casos, pela solidão. Assim, os cães passaram a preencher uma necessidade emocional e social.
Ao contrário do que se pensa, cães não estão substituindo filhos, mas sim complementando e, em alguns casos, até facilitando a formação de novas famílias. Pesquisas mostram que mulheres tendem a achar homens com cães mais atraentes, o que pode aumentar suas chances de formar um relacionamento e, futuramente, ter filhos.
Além disso, muitos casais veem o cão como um “treinamento” para a parentalidade.
No entanto, há evidências de que a posse de cães pode impactar a disposição para ter filhos. Segundo pesquisas, os donos de cães podem ter visões mais negativas sobre a maternidade, e mães que possuem cães podem perceber a parentalidade como mais desgastante.
Estudos também sugerem que os cães foram, de certa forma, selecionados para parecerem mais infantis e despertar instintos de cuidado nos humanos.
Isso é evidente em raças como pugs e dachshunds miniatura, que possuem feições arredondadas e proporções corporais que lembram bebês.
Infelizmente, essa seleção também trouxe consequências negativas, como problemas de saúde crônicos em algumas raças devido às modificações genéticas feitas para atender às preferências estéticas humanas.
O verdadeiro problema não está no aumento da adoção de cães, e sim na crescente solidão e o enfraquecimento das redes de apoio social. A falta de interação humana significativa tem levado as pessoas a buscar conforto emocional em seus animais de estimação.
Embora os cães possam oferecer companheirismo e bem-estar, eles não podem substituir as conexões sociais e familiares saudáveis.
Portanto, é fundamental fortalecer os laços familiares e criar redes de apoio que reduzam o isolamento social. Cães podem ser parte de uma solução, desde que ajudem a conectar as pessoas em vez de isolá-las ainda mais.
Afinal, um mundo mais socialmente integrado beneficia tanto os humanos quanto seus fiéis companheiros de quatro patas.
Imagem de Capa: Canva
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