Em algum momento da vida, o mundo resolveu entender “competitividade” como alguma coisa parecida com o ditado antigo que diz “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Que pena.
Eu tenho a impressão de que esse engano é um dos grandes causadores da miséria em que nos enfiamos.
No meio desse equívoco, ser competitivo significa viver contra o outro, querer tudo e querer antes de todo mundo. Por aí, um batalhão competitivo espera sedento sua vez de partir para cima, de agarrar a chance com unhas e dentes, de provar seu valor, de fazer e acontecer. E tudo isso significa “passar por cima” de quem estiver na frente.
“educação, respeito, ética e honestidade deixam o mundo melhor.”
Em treinamentos e palestras, gurus de auto-ajuda repetem “você é especial porque foi o único espermatozoide a atingir o óvulo de sua mãe” e outras bobagens. Mas quase ninguém diz o essencial: “educação, respeito, ética e honestidade deixam o mundo melhor.”
Sem esses valores, ser competitivo é uma desgraça! O sujeito competitivo e mal-educado, desrespeitoso, antiético e desonesto é um monstro. Ponto! Não tem escrúpulos nem limites. Faz qualquer coisa em nome de suas metas.
Verdade é que competitividade sem educação está nos transformando em perigosas bestas. “Sai da frente ou eu atropelo” é o recado.
Nessa disputa estrábica, a gente aprende a falar inglês, alemão, espanhol, mandarim mas esquece como dizer “bom dia” no elevador!
“Fulano é poliglota!”, sabe pressionar, mentir, ofender e chantagear em quatro ou cinco idiomas! De que adianta?
Empatia, simpatia, fraternidade e outras joias são consideradas lixo entre os mal competitivos. Porque “abrem a guarda”. Ser gentil é mostrar fragilidade. O competidor matador fecha a cara e atropela. Aqui entre nós, tão ruim quanto os maus perdedores é o péssimo ganhador!
“Tal como um gladiador, para ganhar a peleja o garoto de nove anos empurrou a menina com tanta força que a machucou.”
Dia desses, na festinha de aniversário do meu filho num bufê infantil, as moças que organizam a recreação fizeram lá pelas tantas a velha brincadeira da “dança das cadeiras” com as crianças. Na rodada final, disputando o último assento, restaram um menino e uma menina. Tal como um gladiador, para ganhar a peleja o garoto de nove anos empurrou a menina com tanta força que a machucou. A menina saiu chorando, os joelhos esfolados, e o menino foi festejado pelos amigos.
É triste mas é a verdade. A sanha de vencer a qualquer preço nos transforma, em qualquer idade, em perfeitos panacas. Cheios de motivação e energia, talhados em regras e chavões neurolinguísticos batidos mas tão esquecidos do óbvio: mais importante que ser melhor do que o outro é tratar o outro melhor.
Por: André J. Gomes
A demência é caracterizada por um conjunto de sintomas causados por diversas doenças que danificam…
Durante um estudo no antigo sítio pré-cerâmico de Checua, na Colômbia, arqueólogos se surpreenderam ao…
Pesquisadoras da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UCSB), nos EUA, acompanharam 30 mulheres durante…
Passar por um término de relacionamento não é fácil, principalmente se existe amor. No entanto,…
De acordo com algumas crenças populares, a inveja pode atingir o ambiente em que uma…
Em tempos onde se fala cada vez mais sobre saúde mental, é fundamental entender que…