Um estudo recente sugere que consumir, pelo menos, um ovo por semana pode estar associado a uma redução de cerca de 47 % no risco de desenvolver a doença de Alzheimer.
Essa descoberta, ainda que de natureza observacional, destaca a importância de escolhas alimentares simples e consistentes na manutenção da saúde cerebral ao longo dos anos.
Na pesquisa, publicada no Journal of Nutrition, os autores acompanharam 1.024 adultos idosos com média de 81,4 anos de idade por aproximadamente 6,7 anos. Ao longo desse período, 280 participantes (27,3 %) foram diagnosticados com Alzheimer.
Através de questionários de frequência alimentar, foi estimada a ingestão de ovos de cada participantes do estudo. E os resultados mostraram que aqueles que consumiam mais de um ovo por semana apresentaram um significativo reduzido risco de desenvolvimento de Alzheimer em comparação com pessoas que raramente comiam ovos.
Além disso, em uma análise complementar com autópsias cerebrais de 578 participantes falecidos, observaram-se menores indícios de patologia característica de Alzheimer (placas amiloides e emaranhados de tau) entre aqueles com consumo regular de ovos.
Para essa análise, a ingestão acima de 1 ovo por semana teve redução maior para patologia cerebral relacionada à doença. Desta forma, a medição sugere que cerca de 39% do efeito protetor observado pode ser explicado pela colina, nutriente presente nos ovos.
Vários nutrientes presentes nos ovos contribuem para a saúde cerebral, entre eles:
• Colina: essencial para a formação da acetilcolina (neurotransmissor importante na memória) e para a integridade das membranas celulares neurais.
• Ácidos graxos ômega-3, luteína, vitaminas B (incluindo B12 e folato) e proteínas completas — todos presentes nos ovos — também podem exercer efeitos protetores contra o declínio cognitivo.
A combinação desses nutrientes pode atuar de forma sinérgica, contribuindo para menor acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro, menor inflamação e melhor manutenção da função neuronal.
Embora os resultados sejam promissores, é necessário encarar certas limitações. Por ser um estudo observacional, não é possível afirmar que comer ovos “causa” a proteção contra Alzheimer.
O consumo dos participantes foi avaliado por questionário, o que está sujeito a erros de memória ou subnotificação. Além de os idosos serem residentes da mesma região dos EUA, o que pode limitar a generalização para populações com hábitos alimentares ou genéticos diferentes.
Este novo estudo amplia o entendimento de como pequenas mudanças no estilo de vida — como incluir um ovo semanal na dieta — podem ter impactos relevantes, a longo prazo, na saúde cerebral.
Embora não seja uma garantia de prevenção, esse hábito simples pode ser uma estratégia acessível e de baixo risco para favorecer a cognição em idades mais avançadas.
Se você considerar adotar esse hábito:
• Priorize o consumo de ovos inteiros, aproveitando a gema, onde estão concentrados muitos dos nutrientes benéficos.
• Combine os ovos a uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, gorduras saudáveis (como azeite, peixes) e alimentos integrais.
• Se você tem histórico de colesterol elevado ou doenças cardíacas, converse com seu médico ou nutricionista antes de aumentar o consumo.
Imagem de Capa: Canva
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