Você conhece aquela pessoa que sempre que vocês estão conversando, ela te interrompe? Muitos pensam que é um gesto de impaciência ou falta de educação, porém, a psicologia mostra que esse comportamento pode ter causas mais profundas.
Além de atrapalhar a comunicação e gerar desconforto, as interrupções constantes comprometem a qualidade das relações interpessoais.
Portanto, neste artigo, iremos explorar o que os especialistas têm a dizer sobre quem tem o hábito de interromper conversa.
Se você já se sentiu frustrado por não conseguir terminar uma frase sem ser cortado, saiba que essa sensação é comum. Interrupções frequentes minam a sensação de ser ouvido e compreendido.
De acordo com a professora Maria Venetis, da Universidade Rutgers, esse tipo de atitude pode ser interpretada como desrespeitosa, condescendente e até invalidante.
Mais do que um incômodo social, esse comportamento afeta diretamente a qualidade da comunicação. Uma pesquisa citada pela autora Susan RoAne, por exemplo, revelou que ser interrompido é um dos principais motivos pelos quais uma conversa acaba mais rápido do que o esperado.
Algumas pessoas interrompem porque sentem necessidade de direcionar a conversa ou têm pressa para chegar ao ponto. Elas podem considerar o ritmo do outro lento demais ou fora de foco, e assumem a fala como forma de retomar o controle.
Em muitos lares, a comunicação é marcada por sobreposições e interrupções. Quando esse padrão é aprendido desde cedo, ele pode se tornar um hábito automático na vida adulta — sem que a pessoa perceba o impacto negativo de suas ações.
Pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) frequentemente têm dificuldade em controlar impulsos e manter o foco.
Dessa maneira, pode levá-las a interromper por medo de esquecer o que queriam dizer, conforme explica a psicóloga Sharon Saline.
O neuropsicólogo Russell Barkley complementa que déficits na função executiva do cérebro influenciam diretamente essa dificuldade em inibir comportamentos impulsivos.
Escutar de verdade requer atenção e empatia. Carl Rogers, referência na psicologia humanista, dizia que ouvir ativamente significa suspender julgamentos e mergulhar na perspectiva do outro.
No entanto, quem não desenvolve essa habilidade tende a ficar mais preocupado em responder do que em ouvir — e, com isso, acaba interrompendo.
A empolgação também pode ser um fator. Pessoas muito entusiasmadas com o tema da conversa podem interromper não por desinteresse, mas porque mal conseguem conter a vontade de contribuir.
A psicóloga Barbara Fredrickson aponta que emoções positivas podem levar a comportamentos impulsivos, como falar antes da hora.
Estudos também mostram que interrupções têm um viés de gênero. Um levantamento da Universidade George Washington identificou que homens interrompem mulheres com 33% mais frequência do que outros homens.
A pesquisadora Joanna Wolfe ressalta que essas interrupções tendem a ser mais intrusivas e desestabilizadoras, contribuindo para silenciar mulheres em diversos contextos.
Interromper uma conversa pode parecer algo banal, mas carrega um peso emocional e social significativo. No entanto, entender as motivações por trás desse comportamento nos ajuda a lidar melhor com essas situações e promover uma comunicação mais respeitosa e empática.
Imagem de Capa: Canva
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