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Veneno de cascavel poderá ser usada como tratamento para esclerose múltipla

Nesta segunda-feira (27), cientistas do Instituto Butantan anunciaram uma descoberta promissora para o tratamento da esclerose múltipla, utilizando a proteína do veneno da cobra-cascavel.

Divulgada no site oficial do centro de pesquisa, a substância extraída da peçonha, chamada crotoxina, demonstrou potencial significativo em estudos iniciais. A crotoxina atua sobre a acetilcolina, um neurotransmissor essencial para o funcionamento adequado do sistema nervoso.

De acordo com o estudo publicado na revista “Brain, Behavior, and Immunity“, o composto conseguiu prevenir o desenvolvimento da doença em 40% dos animais tratados.

Dessa forma, os resultados mostraram que os animais que não desenvolveram a doença apresentaram níveis aumentados de genes para receptores da acetilcolina, enquanto os doentes tiveram esses genes suprimidos. Assim, sugerindo que a regulação da via da acetilcolina pode ser crucial para o controle da esclerose múltipla.

A crotoxina tem sido objeto de estudo no Instituto Butantan há mais de 20 anos. Pesquisas anteriores com modelos animais já haviam demonstrado vários benefícios da substância, como a redução da inflamação causada pela sepse, a inibição da proliferação de células tumorais e o aumento da resposta imunológica ao câncer.

Desafios e perspectivas futuras

Embora os resultados iniciais sejam encorajadores, a pesquisa ainda está em estágio inicial e não há previsão para que se torne um tratamento disponível no mercado.

A continuação dos estudos é necessária para validar a eficácia e segurança da crotoxina em humanos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a esclerose múltipla é uma doença autoimune neurológica crônica que afeta cerca de 2 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, estima-se que 40 mil indivíduos convivam com a doença.

Caracteriza-se pelo ataque do sistema imunológico ao cérebro e à medula espinhal, causando uma variedade de sintomas. Dessa maneira, podem incluir problemas de visão, fadiga, tontura, dificuldade para caminhar e manter o equilíbrio, dormência e fraqueza nos membros.

Atualmente, não existe cura para a esclerose múltipla. Os tratamentos disponíveis ajudam a controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e retardar a progressão da doença.

Contudo, o acesso a esses medicamentos é limitado devido ao alto custo, que pode chegar a US$ 90 mil (cerca de R$ 450 mil) por ano por paciente, conforme dados da Sociedade de Esclerose Múltipla dos Estados Unidos.

No Brasil, alguns medicamentos estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A descoberta da crotoxina abre uma nova perspectiva na busca por tratamentos mais eficazes, acessíveis e com menos efeitos adversos.

O avanço das pesquisas pode representar um marco significativo no tratamento da esclerose múltipla, proporcionando esperança para milhões de pessoas afetadas pela doença ao redor do mundo.

Imagem de Capa: Canva

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