Por décadas, a Suécia investiu em tecnologia educacional, no entanto, o país decidiu mudar de rumo. Considerada uma referência mundial em qualidade de ensino, o país escandinavo surpreendeu ao anunciar um investimento de 45 milhões de euros para reintroduzir livros impressos nas escolas públicas.
Mas o que motivou essa reviravolta em uma das nações mais digitalizadas do mundo?
A resposta envolve queda no desempenho escolar, críticas de especialistas em saúde, dificuldades familiares no acompanhamento dos estudos e um crescente volume de evidências científicas sobre os efeitos negativos do uso excessivo de telas no aprendizado infantil.
Desde os anos 1990, a Suécia liderou um projeto ambicioso de digitalização da educação. Tablets, notebooks e plataformas online substituíram gradualmente os livros físicos, transformando a experiência de aprendizagem em todos os níveis escolares.
O objetivo era preparar os estudantes para um mundo cada vez mais tecnológico. Contudo, o que começou como uma proposta inovadora se tornou, com o tempo, um motivo de preocupação.
Em 2021, os resultados do PIRLS (exame internacional que avalia a habilidade de leitura de crianças do ensino fundamental) revelaram uma queda significativa no desempenho dos alunos suecos.
Entre 2016 e 2021, a pontuação caiu de 555 para 544, levantando suspeitas sobre o impacto da digitalização integral no rendimento escolar.
De acordo com especialistas, essa queda se dá devido à substituição completa dos livros impressos por materiais digitais, que, embora interativos, parecem não favorecer a compreensão profunda e a retenção da informação como os métodos tradicionais.
Além do desempenho acadêmico, o uso prolongado de dispositivos eletrônicos também acendeu um alerta em órgãos de saúde suecos. Estudos mostram que a exposição constante às telas pode prejudicar o sono, reduzir a atenção, interferir no desenvolvimento cognitivo e até afetar a comunicação interpessoal.
Pesquisas da Universidade de Harvard e recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria também apontam limites claros para o uso de telas por crianças e adolescentes — limites que muitas escolas digitalizadas acabam ultrapassando.
Outro ponto decisivo para a mudança foi a dificuldade enfrentada pelos pais. Com os conteúdos disponíveis apenas online, muitos responsáveis relataram insegurança na hora de acompanhar as lições ou ajudar nas tarefas escolares.
Já os livros físicos oferecem uma estrutura mais clara e acessível. Dessa maneira, permitindo que toda a família participe ativamente do processo de aprendizagem.
De acordo com um estudo realizado pela Agência Nacional Sueca de Educação, os livros impressos proporcionam maior compreensão e retenção de conteúdo. Textos digitais tendem a ser lidos de forma mais superficial, enquanto o material físico favorece a concentração e a navegação mais ativa pelas páginas.
Em um estudo norueguês de 2012, por exemplo, estudantes que leram textos em papel apresentaram melhor desempenho em provas de interpretação do que aqueles que usaram telas.
Com a mudança de governo em 2022, a Suécia passou a adotar uma abordagem mais equilibrada. A meta atual é garantir que cada aluno tenha, no mínimo, um livro físico por disciplina.
Desse modo, mantendo o uso da tecnologia como ferramenta complementar — e não como eixo principal do aprendizado.
A ministra da Educação Lotta Edholm defende que o uso indiscriminado da tecnologia foi uma aposta precipitada. “Acreditou-se que o digital era sempre melhor, sem considerar o impacto pedagógico real. Agora, sabemos que é preciso equilíbrio.”
Imagem de Capa: Canva
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