Confesso que às vezes sinto-me um estranho no meio da minha própria geração. Vejo pessoas a pregar o desapego, a autossuficiência e o culto aos encantos da solidão e pergunto-me, intrigado, onde é que eu estava com a cabeça na aula em que ensinaram a essa gente toda que estar só é algo assim tão bom.
Concordo que aprender a apreciar a própria companhia é um passo essencial rumo à maturidade e ao amor próprio. Concordo que o silêncio se torna necessário uma vez ou outra nas nossas vidas. Concordo que saber conviver harmoniosamente com o vazio é sinal de sabedoria e que estar connosco de vez em quando pode significar um alívio em tempos de superexposição e excesso virtual de companhia.
Ainda assim, confesso: eu preciso das pessoas. Preciso do cheiro delas. Preciso das vozes. Dos toques. Das risadas. Das sabedorias. Eu alimento-me de companhias e é nas relações que cultivo dia após dia que encontro energia para abastecer a vida com pequenas alegrias. Eu não me basto. Eu precisei das pessoas até para aprender a ser mais feliz quando estou sozinho.
Se a solidão fosse um estado assim tão confortável, desconfio que a comunicação nem existiria. Para quê pombo-correio? Cartão-postal? Telefone? E-mail? Facebook? Twitter? Skype? Facetime? Grupos no Whastapp? Pois… Parece que nós definitivamente precisamos de companhia.
Quando digo isso, falo de absolutamente todas as pessoas que floreiam os nossos dias. Falo da conversa breve com o empregado da padaria, do abraço de um amigo, do encontro inesperado com uma tia. É nas relações mais banais e corriqueiras que satisfazemos as nossas necessidades diárias de contato e companhia.
Hoje, consciente das minhas fraquezas nos momentos em que me sinto de facto sozinho, eu desconfio que a autossuficiência seja uma grande utopia. Acho que é o discurso do narcisista que sonha em não precisar de ninguém para lhe trazer um bocado extra de alegria. Acho que é preciso cuidar com carinho e gratidão das pessoas que nos cercam porque sem dúvida elas também precisam das risadas, cheiros, conselhos e abraços de uma boa companhia.
Por: Eduarda Costa
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