O Brasil está prestes a enfrentar uma das ondas de frio mais abrangentes e intensas já registradas. As baixas temperaturas causarão impacto em praticamente todos os estados, incluindo locais da Região Norte e Nordeste – tradicionalmente imunizados ao frio extremo.
Especialistas afirmam que esta não é uma frente fria comum, mas sim um evento associado a um vórtice polar reforçado pela chamada “amplificação polar”, processo que facilita o avanço de ar extremamente gelado da Antártida sobre regiões tropicais.
Inédito no nível de alcance, esse frio atingirá todas as regiões do país – inclusive Norte e Nordeste, com efeitos previstos em áreas como Tocantins, Maranhão e sul do Pará.
De acordo com modelos do INMET e previsões da Climatempo, o Brasil deve enfrentar nova onda de frio intensa em meados de julho. Espera-se que este evento seja a quinta onda de frio de 2025, com potencial para impacto em regiões que normalmente não enfrentam temperaturas tão baixas.
Regiões do Sul: frio extremo, geadas, gelo negro e neve
À semelhança da severa onda de frio de julho de 1975, quando Curitiba chegou a -2 °C e Palmas (PR) a -11,5 °C, além de extensa “geada negra” com destruição de lavouras, o atual evento se aproxima de recordes históricos. A combinação de um poderoso vórtice polar e raras condições atmosféricas amplia os impactos.
Entre 10 e 15 de julho de 2025, há expectativa de queda acentuada de temperatura em várias regiões, superando médias sazonais em até 5 °C. As regiões Sul e Centro-Oeste devem sofrer diminuição abrupta da temperatura, com possibilidade de geada ampla, especialmente em planaltos.
No Sudeste, áreas do Vale do Ribeira e sul de Minas, SP e RJ devem ver mínimas entre 2 °C – 5 °C, ficando 3 – 5 °C abaixo da média habitual.
Nas regiões Norte e Nordeste, embora menos intensa, a incursão polar pode levar a temperaturas anormalmente baixas em Tocantins, Maranhão e sul do Pará, com chances de geadas isoladas — efeito típico quando La Niña intensifica frentes frias.
Ao contrário de correntes anteriores, os modelos indicam baixo teor de umidade durante o evento, reduzindo chances de neve no Sul . Ainda assim, há risco real de temperaturas negativas em áreas elevadas de SC, PR e RS, com geadas intensas.
Analistas do Climatempo apontam que esta massa fria pode durar entre 5 a 7 dias, com início dos efeitos por volta do dia 10 de julho, e diminuição gradual a partir do dia 17. A sequência de ondas polares em junho/julho indica que mais frentes podem ocorrer ainda em agosto, reforçando padrão de frio intenso.
• Mantenha aquecimento adequado nos lares, especialmente em ambientes mal isolados.
• Proteja idosos, crianças e pessoas em situação de rua com cobertores extras e alimentação quente.
• Esteja alerta para gelo negro – fina camada invisível nas estradas do Sul – especialmente no amanhecer. Dirija com cautela nas serras.
• Antecipe cobertura de geadas em hortas, vinhedos e frutíferas temperaturas próximas de 0 °C.
• Garanta abrigo e hidratação dos animais, principalmente bovinos e aves.
• Providencie abrigo seco e agasalhos para cães e gatos expostos ao frio noturno.
Imagem de Capa: Canva
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