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Geração Z e o “olhar vazio”: Jovens recusam cumprimentos no atendimento e irritam clientes mais velhos

Recentemente, uma nova polêmica, chamada “Gen Z Gaze”, ou “olhar da Geração Z”, virou assunto de debates nas redes sociais.

Esse termo trata-se de uma tendência entre jovens atendentes de lojas, cafés e recepções, que simplesmente encaram o cliente em silêncio — sem dizer “bom dia”, “olá” ou qualquer outra saudação.

Para muitos das gerações anteriores, este comportamento soa frio, impessoal e até desrespeitoso.

No entanto, o que está por trás dessa nova atitude? Preguiça? Falta de educação? Ou uma mudança cultural mais profunda?

O incômodo do silêncio

O debate ganhou forças após um internauta compartilhar sua frustração sobre esse novo método de atendimento. “Estou cansado desse novo estilo de atendimento em que a pessoa só te encara quando você chega no balcão. Quando o atendente disse ‘bom dia, já te atendo’, eu pensei: É assim que se faz um bom atendimento!”, comentou.

Outro internauta apelidou a postura de “Gen Z Gaze” — o olhar fixo e silencioso que parece exigir que o cliente tome a iniciativa da conversa. E muitos concordaram, relatando situações em que ficaram confusos, sem saber se deveriam esperar, falar algo ou ir embora.

Uma geração moldada por telas e traumas

De acordo com especialistas, esse comportamento da Geração Z pode estar ligado a fatores como a pandemia, o avanço do trabalho remoto e a onipresença da tecnologia.

Jovens que cresceram interagindo mais com telas do que com pessoas talvez não tenham desenvolvido habilidades sociais tradicionais — como o famoso “olho no olho” ou o hábito de cumprimentar estranhos.

Segundo uma pesquisa, da plataforma de idiomas Preply, cerca de 52% dos jovens entre 16 e 24 anos acreditam que suas habilidades sociais pioraram após a popularização do trabalho remoto.

O isolamento da pandemia e a entrada precoce no mercado de trabalho virtual também contribuíram para a falta de contato com normas sociais básicas, como interações cordiais no ambiente profissional.

Por outro lado, muitos jovens se defendem nas redes. “Se você tivesse que lidar com pessoas insuportáveis oito horas por dia, também pararia de forçar sorrisos”, comentou uma usuária-

“Esse tipo de ritual é só teatro. Por que fingir que se importa com alguém que você nunca mais vai ver?”, disse outro.

Mas será que vale a pena abolir o cumprimento?

Nem todos pensam assim. Uma jovem profissional de hospitalidade compartilhou como mudou de ideia ao longo do tempo.

“Eu achava que dizer ‘bom dia’ era falso. Mas depois percebi que o gesto simples de cumprimentar alguém pode transformar o clima de uma conversa. Colocar o outro à vontade é uma construção coletiva — e isso faz bem para todo mundo.”

Ela concluiu: “Ser caloroso no atendimento me ajuda a não me sentir um robô. É uma forma de humanizar um trabalho que muitos veem como mecânico.”

Estamos vivendo uma crise de empatia?

O “Gen Z Gaze” é mais do que um meme — é um sintoma de uma mudança cultural profunda. A recusa em seguir convenções sociais antigas pode ser vista tanto como resistência quanto como sinal de uma sociedade que perdeu um pouco da empatia cotidiana.

Mas talvez a resposta não esteja em culpar ou defender uma geração, e sim em buscar o equilíbrio: cultivar interações mais humanas sem forçar a falsidade. Afinal, um simples “bom dia” ainda pode abrir muitas portas.

Imagem de Capa: Canva

Sábias Palavras

Relaxa, dá largas à tua imaginação, identifica-te!

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