A Colômbia registrou um marco histórico no tratamento da depressão severa resistente com a primeira cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS) realizada no Hospital Internacional da Colômbia, em Bucaramanga. A paciente, Lorena Rodríguez Moreno, se tornou símbolo de esperança para milhões que não respondem às terapias tradicionais.
Lorena, de 34 anos e natural de Garagoa, Boyacá, convivia com transtornos de ansiedade e depressão diagnosticados há 17 anos, sem respostas satisfatórias a tratamentos como antidepressivos, psicoterapia, estimulação magnética transcraniana (EMT) e eletroconvulsoterapia.
Sem sucesso com os outros tratamentos, a cirurgia foi apresentada como a última alternativa para superar o transtorno e recuperar os momentos de boa energia que a doença havia roubado de sua vida.
O procedimento inovador foi realizado em 9 de abril de 2025, com sequência de avaliações e aprovação por equipe multidisciplinar, incluindo psiquiatras independentes, neuropsicólogos e neurologistas.
A cirurgia durou aproximadamente seis horas, com Lorena consciente para permitir calibração em tempo real dos estímulos. Foram implantados quatro eletrodos em áreas cerebrais específicas relacionadas à regulação do humor e ansiedade, conectados a um neuroestimulador (semelhante a um marcapasso) implantado no tórax, com duração de até 25 anos.
Segundo o neurocirurgião William Omar Contreras, “é como se as luzes se apagassem em bairros-chave de uma cidade” — a DBS reativa esses circuitos para recuperar motivação, iniciativa e sensação de bem-estar.
Uma semana após a cirurgia, as mudanças começaram a ser perceptíveis. “Eu já tinha parado de querer ir ao shopping, sair ou tomar sorvete. Isso voltou rapidamente. Eu queria me arrumar, me maquiar, algo que eu tinha esquecido”, relata Lorena emocionada. “É como renascer, reaprendendo tantas coisas sobre mim mesma. Foi uma ‘pausa’ para me reconstruir.”
Benefícios:
• Possibilidade de redução dos sintomas em até ~50%.
• Permite retorno gradual às atividades diárias, trabalho e convívio social.
• Dispositivo recarregável com longa durabilidade (até 25 anos).
Limitações:
• Ainda não representa cura definitiva da depressão, mas sim melhora da qualidade de vida.
• Requer exaustão prévia de outras terapias (6 medicamentos, psicoterapias, etc.) e avaliação por equipe especializada.
• Acessibilidade ainda limitada por conhecimento restrito de médicos e cobertura parcial pelos sistemas de saúde.
Este procedimento pioneiro abre caminho para a incorporação da neurocirurgia funcional em protocolos de saúde mental na Colômbia e América Latina. Representa uma integração entre neurociência, tecnologia e psiquiatria, com potencial de transformar o panorama para casos graves e refratários.
Ainda que seja um recurso reservado a casos extremos, sua disseminação científica e capacitação permitirá ampliar o acesso. A DBS não é uma cura, mas é um avanço significativo rumo à reintegração dessas vidas à normalidade emocional e funcional.
Imagem de Capa: Hospital Internacional da Colômbia/Canva
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