O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a gerar polêmica ao afirmar, em uma coletiva, que gestantes deveriam evitar o uso do medicamento Tylenol (paracetamol) para não aumentarem as chances de terem filhos com autismo.
Pontuando suas palavras com gestos com as mãos, Trump alertou: “Não tome Tylenol, não tome. Lute como um louco para não tomá-lo.”
Ele repetiu a frase “não tome Tylenol” durante um amplo briefing na Casa Branca, que também abordou vacinas e medicamentos para obesidade, bem como a promessa de um medicamento com décadas de existência que poderia se tornar o primeiro tratamento para as causas subjacentes do autismo.
No entanto, a declaração repercutiu no mundo todo e acendeu um debate: existe, de fato, alguma relação entre o paracetamol e o desenvolvimento do transtorno do espectro autista (TEA)?
O Tylenol, cujo princípio ativo é o paracetamol, é um dos medicamentos mais comuns em todo o mundo. Ele é indicado para tratar febre e dores leves a moderadas e está presente em mais de 600 formulações, inclusive em remédios para gripes e resfriados. Por ser considerado seguro, é amplamente utilizado por gestantes sob orientação médica.
O comentário de Trump se apoia em estudos que sugeriram uma possível associação estatística entre o uso de paracetamol na gravidez e maior risco de autismo ou TDAH em crianças.
Um dos levantamentos mais citados foi publicado na revista BMC Environmental Health em 2023. Ele revisou 46 estudos e encontrou indícios de ligação em parte deles. No entanto, especialistas explicam que correlação não significa causalidade. Ou seja, o fato de alguns estudos mostrarem associação não prova que o medicamento seja a causa do problema.
Em contrapartida, pesquisas robustas, como a publicada no periódico JAMA em 2024, não encontraram relação direta entre o uso de paracetamol e o autismo. Para muitos cientistas, fatores genéticos, ambientais ou até mesmo as condições que levaram a gestante a tomar o remédio (como febre alta) podem ser os verdadeiros responsáveis pela associação encontrada.
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas considera as declarações de Trump irresponsáveis e alerta que não tratar febres durante a gravidez pode ser mais perigoso para o bebê do que o uso controlado de paracetamol.
A Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, afirma que não existe comprovação científica de que o medicamento cause autismo, mas recomenda que seu uso seja feito com moderação. Já autoridades de saúde da Europa e do Reino Unido reforçam que o paracetamol continua sendo seguro para gestantes.
A Kenvue, empresa responsável pelo Tylenol, repudiou as falas de Trump e destacou que décadas de estudos científicos independentes demonstram a segurança do medicamento.
De acordo com especialistas, o paracetamol continua sendo a opção mais segura para controle de dor e febre durante a gravidez, desde que usado sob recomendação médica e na dose correta. A orientação é clara: nunca interrompa ou inicie o uso de qualquer medicamento sem consultar um profissional de saúde.
Imagem de Capa: President Donald J. Trump/Canva
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