Você já ouviu uma gravação da sua própria voz ao enviar uma mensagem de áudio e pensou: “Nossa, não gosto nada de como eu falo”? Essa sensação é muito mais comum do que parece e, segundo a psicologia, vai muito além de simples timidez ou vergonha.
Quando falamos, escutamos nossa voz de duas formas: pelo som que sai da boca e pelo som que ressoa internamente através dos ossos do crânio. Essa segunda percepção dá uma tonalidade mais encorpada e familiar.
Já a gravação capta apenas as ondas sonoras externas, sem o reforço interno. Resultado: ao nos ouvirmos gravados, sentimos que não “reconhecemos” aquela voz — como se fosse de outra pessoa.
Esse contraste causa estranhamento, porque mexe diretamente com nossa autoimagem. A voz gravada parece expor uma versão “crua”, fora do nosso controle, e isso pode gerar desconforto.
Na psicologia, a voz não é apenas um meio de comunicação; ela também expressa emoções, crenças e até memórias inconscientes. O tom, o ritmo e a intensidade vocal refletem estados internos, muitas vezes além do que conseguimos controlar racionalmente.
É por isso que ouvir a própria voz pode despertar sentimentos inesperados. Em alguns casos, a rejeição não é exatamente pela sonoridade, mas pelo que essa voz evoca: inseguranças antigas, experiências dolorosas ou aspectos de nós mesmos que tentamos esconder.
Alguns estudos apontam que a dificuldade em aceitar a própria voz pode estar relacionada a partes reprimidas da identidade.
Se, em algum momento da vida, a pessoa foi criticada, silenciada ou desacreditada, sua expressão vocal pode carregar essas marcas emocionais. Assim, ao se ouvir, pode surgir uma sensação de vulnerabilidade, como se aquilo trouxesse à tona verdades que preferimos não encarar.
Não gostar da própria voz não precisa ser motivo de sofrimento. Pelo contrário: pode ser uma oportunidade de reflexão. Algumas práticas que podem ajudar:
• Autocompaixão: lembrar que a voz gravada não é “feia”, apenas diferente do que você espera.
• Terapia vocal ou fonoaudiologia: trabalhar a voz como ferramenta de expressão e autoconfiança.
• Terapia psicológica: investigar o que a rejeição à própria voz pode simbolizar em termos emocionais.
• Exposição gradual: gravar-se com frequência, ouvir sem julgamentos e perceber como essa prática reduz a estranheza com o tempo.
A rejeição à própria voz gravada é, em muitos casos, o reflexo de uma desconexão entre como nos vemos e como o mundo nos percebe. A psicologia mostra que esse incômodo vai além da estética: é um convite para olhar para dentro e integrar partes de nós que talvez ainda não tenham sido ouvidas.
Afinal, a voz é única. Ela não apenas comunica, mas também revela — e aprender a aceitá-la pode ser um poderoso passo de autoconhecimento.
Imagem de Capa: Canva
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